Ministério Pastoral

 

Nesta nova série de Estudos Bíblicos vamos tentar: com unção, revelação e simplicidade esclarecer o que é um ministério pastoral vindo da parte de Deus. É inevitável a comparação com aquilo que não vem de Deus, pois, conhecendo a verdade à luz da Palavra, o engano também é manifestado.

Em II Cor. 11:14,15 Paulo diz que o próprio Satanás se transforma em anjo de luz, e seus ministros em ministros da justiça.

Vivemos dias em que milhares de ovelhas estão sem pastor, pior, ovelhas sendo pastoreadas por ministros de Satanás disfarçados em ministros de Cristo.

Sou ainda muito limitado no escrever, ainda mais sobre tal tema. Todavia, não posso negar aquilo que Deus tem me revelado. Espero que alguém, em algum lugar, seja esclarecido sobre o tema escolhido.

Segue os assuntos que serão abordados:

1. Introdução;

2. O perfil do pastor;

3. Chamado pastoral;

4. O pastor e a ovelha;

5. O pastor e o mercenário;

6. O projeto de Deus no pastoreio;

7. A vereda pastoral;

8. Cristo – modelo de Pastor;

9. O pastor e o sucesso;

10. Desastre pastoral.

 

1. Introdução:

 

Em 1 Tm. 3:1 Paulo diz que se alguém almeja o episcopado (a liderança), excelente obra almeja.

Eu não pesquisei no original a palavra obra, mas a maioria das traduções trazem a palavra obra significando: prática, trabalho, e não um título apenas. Trabalho esse, feito com labor e não com “jatinhos particulares” e “hotéis cinco estrelas”, trabalho feito por amor a Deus e as vidas, e não cobrando dez, quinze mil reais por pregação de uma hora.

As qualificações de um pastor eram bem diferentes das que hoje são conhecidas.

Em primeiro lugar, deveria haver uma chamada de Deus ao ministério, confirmada pela igreja, após verificação dos frutos do trabalho. Trabalho com ovelhas, pessoas, e não administração de templos e arrecadação.

O pastor distinguia-se facilmente dos mercenários, por uma vida modesta como Paulo exorta Timóteo; fazendo discípulos, tendo como currículo o dia-a-dia e a vida como exemplo, servindo aos irmãos como Cristo (Mt. 20:28).

Cristo, na verdade, é o modelo de Pastor de sucesso que Deus espera, não o sucesso de hoje, aparente e temporário, mas sucesso como cumprimento fiel do seu trabalho.

“porém, em nada considero a vida como preciosa para mim mesmo, contanto que, complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus”. (Atos 20:24)

A forma como Jesus terminou seu ministério aqui na terra, seria considerado por muitos, nos dias de hoje, um verdadeiro desastre. Paulo seguiu esse exemplo, morrendo só, sem riquezas ou bens materiais, mas deixando o exemplo de um ministério cumprido em obediência a Deus. Seguindo a direção do Espírito Santo e não uma agenda de programações e contratos milionários. Sendo levado pelo Espírito (sem vontade própria ou de empresários) onde Deus o queria. Para cumprirmos um ministério

pastoral vindo da parte de Deus, devemos estar livres dos negócios dessa vida.

Tudo isso veremos pormenorizadamente mais a frente.

 

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá – Petrópolis

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Ministério Pastoral

 

2. O perfil do Pastor

 

2.1 O perfil do Pastor segundo o coração do homem (segundo a carne)

 

2.2 O perfil do Pastor segundo o coração de Deus (segundo o Espírito)

 

2.1 O perfil do Pastor segundo o coração do homem (segundo a carne)

Em nossos dias conhecemos mais Pastores segundo o homem (a carne) do que segundo Deus (o Espírito). Se fizermos uma pesquisa com os evangélicos sobre o perfil dos Pastores, encontraremos as seguintes respostas: em primeiro lugar, falarão do seu Pastor; externando a falta de unidade do povo de Deus. E, em segundo lugar, definirão assim o seu Pastor: o meu Pastor é um grande homem de Deus; o meu Pastor é muito conhecido; o meu Pastor tem uma grande igreja; o meu Pastor participa de grandes cruzadas; o meu Pastor tem programa na TV, etc., ou seja, falarão da aparência do Pastor, foi o que aprenderam. Estes Pastores pregam sobre o que é aparente, passageiro e individual, e os seus discípulos não podem ser diferentes. Ouvem que devem ser “os cabeças”, e, transmitem o que ouviram. Para eles, a sua igreja e o seu Pastor são os melhores. Desconhecem versículos como Fp.2:3 “nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade; considerando cada um, os outros superiores a si mesmo” e, Fp.2:4 “não tenha cada um em vista o que é propriamente seu; mas cada qual o que é dos outros”. Os discípulos revelam o perfil do Pastor.

Para essa “sociedade evangélica” de nossos dias, o perfil do Pastor aprovado é a aparência. Se o Pastor não tem um carro novo, se o templo é pequeno ou cuida de poucas ovelhas (mesmo que cuide bem), não tem valor. Acostumou-se (essa “sociedade evangélica”) com os valores terrenos, que as igrejas extraíram do mundo: aparências.

A pregação desses Pastores segundo o homem (a carne) é sempre maravilhosa, de vitórias e prosperidade individuais. A bênção nunca é para o Corpo de Cristo, para a Igreja (a idéia é: os irmãos se quiserem que busquem sua benção!). Pregações em que a cruz e o sofrimento não fazem parte. O Reino de Deus não está em primeiro lugar para eles. O Reino é só um meio para obter bênçãos.

Deus é um Deus de vitória, de prosperidade, de bênçãos. Todavia, o caminho não é o de facilidades oferecidas nas campanhas. É um caminho de obediência, em que a cruz é necessária.

Porque há tantos Pastores segundo o homem (a carne)? A resposta é simples: porque há muitos crentes segundo a carne. O  que querem: “haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina, pelo contrário cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceiras nos ouvidos, se recusarão dar ouvidos a verdade, entregando-se a fábulas” (2Tm.4:3,4). Os Pastores “segundo a carne” se multiplicam, porque o povo “segundo a carne” também se multiplica.

Para terminar, vamos falar de um típico “Pastor segundo a carne”, seu nome era Saul, chamado para apascentar o povo (pessoas) de Israel. Desviou-se da obediência querendo construir o “seu reino”, “sua denominação”, “sua igreja”. Ele não entendeu que fazia parte de um reino, achou que era o “seu reino”.

Há algum tempo atrás, ouvi de um Pastor que: ele estava “levantando uma obra do chão”. Que tristeza ouvir isto! A obra quem começou foi Deus, somos cooperadores de uma grande obra que não é nossa. “...eu plantei Apolo regou, mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus que dá o crescimento” (1Co.3:6,7).

Saul amava o que é aparente. Talvez por ter recebido benefícios pela sua aparência (1Sm.10:23,24), achou que a obra de Deus era feita da mesma maneira que vivia, com os mesmos valores estabelecidos pelo “mundo”. Hoje, Pastores se enfeitam com roupas, títulos e exibem belos templos, fazendo grandes programações para que o povo não se disperse (se espalhe, o que seria muito bom, pois assim cumpririam o “ide” de Jesus. (Mc.16:15; Mt.28:19)), e assim, ajuntam-se, dentro de templos, amornando corações até serem vomitados da boca do Senhor (Ap.3:16). Esses Pastores não conseguem esperar somente na direção de Deus. Deus não é o suficiente para eles e para seu povo. Precisam de novidades e distrações humanas para aliviar suas ansiedades, devida a falta de comunhão pessoal com Deus. Saul era assim, movido pelo seu “eu”, andava segundo pensamentos e sentimentos humanos; sendo movido por circunstâncias (“eu disse comigo mesmo, forçado pelas circunstâncias” (1Sm.13:12)); agradando o povo para não perder o seu apoio. Falava e agia como um “Político”, que por sua ganância e sede de poder usava de linguagem bajuladora e mentirosa para iludir o povo.

Saul era um individualista, pensando no seu Reino: “quem ama o individualismo, se torna especial por fora e superficial por dentro; quem preserva a unidade, se torna especial por dentro e comum por fora.

Saul foi chamado por Deus, ungido pelo profeta, e reconhecido pelo povo... e por fim, rejeitado por Deus. Quantos começaram no Espírito e hoje estão na carne? Quantos foram chamados por Deus e hoje foram rejeitados por Ele (embora continuem seu trabalho).

Enfim, o perfil do Pastor segundo o homem (a carne) é a aparência, usada para seduzir multidões. Multidões essas que, quando reunidas, dificilmente tem um só atrativo: Deus.

O tempo do engano e da apostasia chegou! Sai de lá povo meu!

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá – Petrópolis

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Ministério Pastoral

 

2. O perfil do Pastor

 

2.1 O perfil do Pastor segundo o coração do homem (segundo a carne)

(edição anterior)

 

2.2 O perfil do Pastor segundo o coração de Deus (segundo o Espírito)

 

Na edição anterior vimos que o pastor segundo o coração do homem (segundo a carne) tem em resumo duas características principais: aparência e egocentrismo. Procurando usar meios visíveis e humanos para engodar pessoas e, como consequência, satisfazer suas vontades e prazeres materiais e religiosos. Religiosos no que tange a reconhecimento e poder sobre as massas.

O pastor segundo o coração de Deus é o oposto do pastor segundo o coração do homem, ou seja, tem como características principais: buscar o que é inaparente, invisível, ou seja “as coisas lá do alto” e, a abnegação. Buscar o que é inaparente é Bíblico: “ora se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado a direita do Pai; pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui de baixo” (Cl. 3:1), e, “não atentando nós nas coisas que se veem mas nas que não se veem; porque as que se veem são temporais, as que não se veem são eternas” (2 Cor. 4:18). Entretanto, esse caminho é para poucos. O pastor que quiser seguir esse caminho tornando-se um pastor segundo o coração de Deus, deve estar ciente que sofrerá perseguições, bem como, não atrairá as multidões. As multidões não gostam de ouvir sobre o Reinado de Jesus, que hoje está dentro de nós (Lc. 17:21) e que tornar eternidade. Alguns até querem o Reinado de Jesus, mas com objetivo de usá-lo para obter vantagens nesse mundo. Agora, o reinado de Jesus é sobre aqueles que o reconhecem como Senhor em sua vida, e voluntariamente se oferecem como servos. Pregar sobre o que é inaparente não é pregar contra a prosperidade e as bênçãos de Deus aqui na terra, mas tê-las segundo a vontade, no tempo e modo de Deus. Os que assim o fazem demonstram que já renunciaram suas vontades próprias (Lc. 14:33) e saberão ser bons mordomos daquilo que Deus lhes deu para administrarem (Lc. 16:12). Viver e Pregar sobre o que é inaparente é para poucos. Até é pouco conhecida esta palavra:

Abnegação = desprendimento do interesse próprio. Jesus é o maior exemplo de abnegação, abrindo mão da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz (Hb. 12:2); obedecendo até a morte (Hb. 5:8) e em Mateus 20:28 diz: “porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos”. Antes que algum crente “esperto e carnal” me diga o que já ouvi algumas vezes: - essa era a missão de Jesus! Quero dizer que em João 13 Jesus serviu, dando o exemplo, e depois disse no verso 15 desse mesmo capítulo: “porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu fiz, façais vós também”, a missão é para todos. Servir com interesse próprio não é servir. Voltemos a Saul e Davi. Saul (pastor segundo o coração do homem) serviu ao povo de Israel com interesse próprio, pelo seu “próprio reino”, e por pouco tempo, com o objetivo final de ser servido. Davi representando os pastores segundo o coração de Deus, serviu por muito tempo, sem ser reconhecido. Ele o fez antes de ser rei, ou melhor, serviu para que outro Rei fosse exaltado. O reino de Deus devia ser edificado independente de quem reinava. Servir não é agradar pessoas para estabelecer o “seu reino”. Paulo diz em Gl. 1:10 “procuro eu o favor de homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse a homens não seria servo de Cristo”, e I Tess. 2:4 “visto que fomos aprovados por Deus, a ponto de nos confiar Ele o evangelho, assim falamos, não para que agrademos a homens, e sim a Deus que prova os nossos corações”. O pastor segundo o coração de Deus visa: servir e pregar a verdade, e por essa verdade morrer, para que outros tenham vida (Jo. 12:24).

“Porém, em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para testemunhar o evangelho da graça de Deus”. (Atos 20:24)

 

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá – Petrópolis

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Ministério Pastoral

 

3 - Chamado Pastoral

 

3.1 - Chamado para todos

3.2 - Chamado específico

3.3 - Chamado direto de Deus

3.4 - Chamado pelos frutos

3.5 - Chamado pelo homem

 

Introdução

 

Na obra de Deus, ninguém foi chamado para ser um espectador. Todos têm um “papel” (uma função definida). Nenhuma pessoa foi chamada para assistir reuniões. Deus tem um lugar para todos no Corpo de Cristo (a Igreja). Entretanto, não se deve tomar para si aquilo que não recebeu de Deus; nem fazer essa obra (que é de Deus) onde, quando e como se quer. Há um versículo que me faz temer e buscar a cada dia mais direção de Deus (que virá sobretudo da liderança que Deus escolheu para mim), para que eu não me entristeça no dia de Cristo por ter edificado “palha” (1Cor.3:12). Vamos à passagem bíblica: “o Senhor nosso Deus irrompeu contra nós, porque não o buscamos segundo nos fora ordenado” (1Cro.15:13), Davi se enganou, ajuntou uma grande multidão, fez um carro novo, trouxe muitos instrumentos, moveu os sentimentos do povo (a Bíblia diz que havia alegria), mas Deus não estava naquilo. O desagrado de Deus foi imediato, o que causou tristeza a Davi naquela hora. Mais a frente, creio, que ele agradeceu muito a Deus pois poderia ter continuado a oferecer a Deus o que não era aceito e só descobriria no dia final. Todos têm um chamado, mas poucos o assumem, preferem assistir reuniões; alguns reconhecem e assumem seu chamado, mas onde, quando e como querem. Outros poucos, sobem à cruz (“se o grão de trigo não morrer fica ele só, mas se morrer produz muito fruto” (Jo.12:24)) para servirem segundo ordenado. Ou seja, onde, quando e como Deus quer.

Reflita agora: você sabe qual é o seu chamado? Você já assumiu sua responsabilidade? Você está onde Deus quer? Você está trabalhando como Deus quer? O que você edifica é palha para os homens baterem palmas ou você quer obedecer a Deus, mesmo sem receber aplausos?

Que Deus tenha misericórdia de nós, para que naquele “grande dia” não tenhamos trabalhado em vão ou nos esforçado inutilmente.

 

3.1 - Chamado para todos

 

Entendo que o chamado pastoral é para todos. Todos devem (em algum nível) pastorear. Jesus deu uma ordem para todos em Mateus 28:18 : “ide... fazei discípulos...”, todos devem cuidar de alguém (com supervisão). Até o novo convertido, desde o começo deveria ser ensinado a ir (ide) testemunhar e ajudar seus amigos, conhecidos e parentes. Fazendo com outros o que fizeram com ele. É claro que alguém o ajudaria. Mas queremos ensinar muitas coisas para eles, prepará-los demais (dentro da igreja) e ao invés de incendiá-los para o testemunho, amornamos seus corações com programações para crentes, dentro do templo.

O pastor cuida da Igreja (igreja=pessoas), o pai cuida da família, a mãe dos filhos, e os irmãos mais velhos dos mais novos. Isso é pastorear e deve ser uma realidade na vida da Igreja. O cerne do evangelho é o sacrifício de Cristo; a essência da prática do evangelho é pastorear (cuidar) de alguém. Não se pode amar a Deus sem amar os irmãos, não se pode servir a Deus, (1Jo.4:20). Cuidado com o evangelho corrompido que oferece bênçãos e prosperidade, sem responsabilidade, sem sofrimento e sem serviço aos irmãos. Dê ouvidos à verdade para que mais a frente você não dê ouvidos à mentira. A Palavra de Deus diz: “porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos, por esse motivo Deus lhes manda a operação do erro para que creiam na mentira” (2Tess.2:10,11).

Você recebeu o verdadeiro evangelho? Então o pratique; para não ser enganado pela operação do erro. Você cuida de alguém? O chamado é para todos.

 

3.2 - Chamado específico

 

O chamado pastoral é para todos, todavia, existe o ministério pastoral. Alguém que Deus chama, unge e a igreja reconhece. Esse homem recebe autoridade e capacidade para cuidar de um grupo (rebanho) de pessoas. Deus aperfeiçoa através das circunstâncias, fazendo-o passar por muitas lutas, dificuldades e fraquezas, tendo assim experiência para ajudar outros. Tendo sido chamado por Deus e aperfeiçoado por Ele, deve se esforçar para a parte que lhe cabe neste processo (2Tm.2:15).

Embora o chamado específico para o ministério pastoral seja o de cuidar de um número maior de pessoas, cada pessoa deve ser cuidada. Deus não chama um pastor para administrar igrejas (denominações) ou para ajuntar pessoas em programações de entretenimento. O pastor foi chamado para edificar o Corpo de Cristo (Ef.4:11). Deus não nos chamou (pastores) para dirigir reuniões, mas para formar discípulos (líderes) que façam outros discípulos.

 

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá – Petrópolis

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Ministério Pastoral

 

3 - Chamado Pastoral (continuação)

 

3.3 - Chamado direto de Deus

 

Atos 13 descreve o exemplo de um chamado direto de Deus na vida de Paulo e Barnabé. O Ministério (líderes) reunido em oração e jejum, recebeu diretamente do Espírito Santo o chamado destes homens. É interessante observar que eles já serviam ao Senhor e aos irmãos, não esperando título para trabalhar. Outro aspecto interessante é que escolhidos pelo Espírito Santo foram também enviados pelo Espírito Santo. Muitos incorrem no erro de achar que, já que foram chamados pelo Espírito Santo, tem a liberdade de irem onde quiserem e fazerem o que quiserem. Muitos por terem o chamado e não esperarem que o Espírito os envie, tornam-se escravos do sistema de uma denominação ou de uma agenda de empresários, chegando ao absurdo de usar o chamado de Deus para obter lucro. É necessário que o Ministério e aquele que foi chamado continue em oração (Atos 13:2), para saber onde, quando e como fazer a obra. Mesmo tendo um chamado direto de Deus, devemos saber que não fomos chamados para fazer uma obra para Deus, mas para participar da obra que é Dele, e fazê-lo como Ele quer.

 

3.4 - Chamado pelos frutos

 

Entendo que pode haver um chamado Pastoral pelos frutos (Mt.7:16). Se um irmão é reconhecido como líder por pessoas para quem ele pregou e/ou discipulou, pessoas que permaneceram em Cristo (Jo.15:16) por que não reconhecer o seu chamado depois de algum tempo? Por que colocar outra pessoa (só porque tem o título) no lugar daquele que trabalhou, embora não tivesse título?

As boas obras antecipadamente se evidenciam, e se assim não seja, não podem ocultar-se, diz 1Tm.5:25. Se há evidência do trabalho de um irmão como Pastor, por que não reconhecer, após um período de observação e concordância da liderança?

 

3.5 - Chamado pelo homem

 

Este chamado é muito perigoso. Embora reconheça a autoridade da Igreja (líderes) de ligar e desligar (Mt.18:18), tenho dúvidas sobre as ordenações feitas por determinados grupos e Pastores. Será que ordenações feitas por motivo de parentesco ou por eloquência ou por tempo de igreja ou por motivos interesseiros, para assegurar apoio de pessoas por causa da condição financeira, social ou política tem a anuência de Deus? Deus assina embaixo? Sinceramente eu não sei responder. Sei porém que, basear o chamado apenas pelo homem não é boa coisa, ambos podem errar duramente: a igreja, por interesses escusos; e o irmão, por aceitar algo sem saber se o chamado vem de Deus e se está no tempo adequado. Bom seria se pudéssemos unir os chamados acima: 1 - saber que o chamado é para todos; e independente de títulos, trabalhar; 2 - ter convicção do chamado específico ao Pastorado; 3 - Esperar uma revelação do Espírito Santo ao Ministério (líderes) que oram e jejuam; 4 - ter frutos antes do título. “Não vos torneis muitos de vós mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo.” Tiago 3:1.

 

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá – Petrópolis

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4 - O Pastor e a ovelha

 

4.1 - Introdução;

4.2 - Só é Pastor se tiver ovelha;

4.3 - Só é ovelha se tiver Pastor;

4.4 - A ovelha segue o Pastor;

4.5 - O Pastor busca a extraviada;

4.6 - A ovelha que se desviou por fraqueza ou falta de conhecimento;

4.7 - A ovelha perdida dentro da Igreja;

4.8 - A ovelha que abandonou o aprisco voluntariamente.

 

4.1 - Introdução:

 

O Ministério Pastoral, tema desse nosso estudo Bíblico, tem por base o relacionamento prático entre o Pastor e a ovelha. O objetivo é definir esse relacionamento e algumas características, tanto do Pastor como da ovelha, para que à luz desta palavra, cada um reflita se, na prática, é Pastor; e também se é ovelha, pois todo bom Pastor também é ovelha.

Em nossos dias, no meio evangélico, é fácil encontrar pessoas que se autodenominam com títulos. Todavia, não exercem na prática, as atividades inerentes ao cargo ou título que dizem ter. O título não define mais a prática, e sim o glamour de tal posição; em algumas denominações o título de “Pastor” é o mais alto patamar eclesiástico; em outras, já se denominam apóstolos, patriarcas, etc. O povo valoriza os títulos e eles dão ao povo o que eles querem (mesmo que não seja de Deus).

Outros, assistentes de reuniões, também se denominam ovelhas e não o são. Coloquemo-nos à luz da Palavra para que não sejamos enganados pelo próprio coração (Jr.17:9), ou pelo “sistema religioso”, que criou em determinados lugares um “evangelho social” paralelo ao verdadeiro; que oferece aos que acham “a porta muito estreita”, uma porta mais larga. Ou seja, um evangelho mais light, onde crer é o bastante, não precisa obedecer (Hb.5:9; 2Tes.1:8) ou se santificar (Hb.12:14).

O padrão para Pastor e para ovelha determinado por Deus na Sua Palavra não muda, se encontramos dificuldades em praticá-lo a opção não é abandoná-lo ou procurar alternativas mais fáceis; mas pedir a Deus, ao líder, e aos irmãos, ajuda. O problema não está no padrão, mas em nós. Quando, aos onze anos, resolvi entrar para uma academia para treinar jiu-jitsu, não conseguia acompanhar os demais alunos (era um garoto raquítico) e perdia todas as lutas no treino; quase desisti. Até que meu mestre me mostrou que o problema não estava nos exercícios ou nos adversários, mas em mim. Eu deveria esperar para que ele adestrasse minhas mãos para o combate (Sl.144:1). Acreditei na palavra daquele homem que não conhecia a Deus; humilhei-me, obedeci, resisti, perseverei e me tornei um dos melhores lutadores da cidade (segundo a palavra dos professores). O problema (enfatizo) não é o padrão de Deus, somos nós.

Escrevo esta palavra para Pastores, ovelhas e também para uma classe nova no meio evangélico “cantores estrelas”, que não são Pastores porque a ninguém pastoreiam e nem ovelhas, porque não são submissos à uma liderança que os faça servir como ovelhas (é claro que existem exceções). Entretanto, creio que o título e a posição que alguns pastores e “cantores estrelas” alcançaram (enchendo-se de vento) os impeça de descer do pedestal e humildemente ouvir a voz de Deus, revendo sua vida à luz da Palavra.

Vejo mais esperança para as ovelhas (pessoas), pois muitos perecem por falta de conhecimento (Os.4:6). Essa falta de leva a assistir reuniões cheias de entretenimentos e promessas, mas vazias da verdade. Que Deus faça essas palavras chegarem aos sinceros, desvendando-lhes os olhos para contemplarem a vontade de Deus.

 

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá – Petrópolis

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4 - O Pastor e a ovelha

 

4.2 - Só é Pastor se tiver ovelha

 

Não existe Pastor (na essência da palavra) sem ovelhas. Nenhum seminário ou denominação formará um verdadeiro Pastor. Pode-se até dar títulos ou responsabilidades para se administrar um templo com pessoas ajuntadas, mas só Deus pode fazer de um homem, um Pastor que, pela convivência e pelo exemplo, edifica o Corpo de Cristo. O sentimento e atitude de um Pastor verdadeiro, que é o de dar a vida pelas ovelhas, não podem ser gerados por seminários; embora os ensinos sejam úteis e até mesmo necessários, eles não podem gerar o “coração de Pastor”.

O amor às ovelhas é gerado (ou aperfeiçoado) por Deus, através do convívio diário com elas (ovelhas). A teoria em absoluto substitui, nesse caso, a prática. Paulo diz: “meus filhos por quem de novo sofro as dores de parto até ser Cristo formado em vós” (Gl.4:19). Uma ovelha que se submete e reconhece sua dependência do Pastor, é uma ovelha que passou por esse processo de gestação, onde diariamente o Pastor trabalhou e esteve presente: nas dores, nas dificuldades, nas enfermidades, nas rebeldias, nas vitórias, nas curas, e na obediência; situações essas que foram meios fundamentais de se aperfeiçoar as bases firmes de amor e autoridade que formam o caráter de um Pastor e de uma ovelha, bem como, a aliança entre eles. Sem a ovelha (e o tempo adequado) não haverá um verdadeiro Pastor. Você foi forjado diariamente na prática ou recebeu um título? Você, na prática, aprendeu a dar sua vida pelas ovelhas, abrindo mão dos seus sonhos e projetos (muitas vezes lícitos) ou está administrando parte de uma denominação para realizar seus sonhos humanos e contrários à vida de um Pastor abnegado? Enfim, você é um administrador de templos ajuntando pessoas ou é um Pastor que através da convivência diária edifica o Corpo de Cristo fazendo discípulos? Você está edificando uma denominação, um reino para si ou fazendo parte da obra de Deus, onde, como e quando Ele quer? Quem você gerou? Onde estão suas ovelhas? Às vezes me pego fazendo essas perguntas para mim mesmo.

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá – Petrópolis

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4 - O Pastor e a ovelha

 

4.3 - Só é ovelha se tiver Pastor

 

Não existe ovelha sem rebanho e sem Pastor. O Pastor não pastoreia uma ovelha e sim um rebanho; portanto, quem realmente é ovelha, tem pastor e, necessariamente, faz parte de um rebanho.

Um “crente” pode não ter Pastor e não fazer parte de um rebanho; ele pode ser crente apenas porque crê (como o diabo – Tg.2:19), mas não nasceu de novo, tendo sua natureza transformada (“aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus” - Jo.3:3). Existem, também, (em minha opinião) crentes que nasceram de novo e insistem em viver pela antiga natureza = carne - “portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Rm.8:8). “Se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte” (Rm.8:13).

O conceito de uma mudança de natureza é importantíssimo, pois quem não tem o esclarecimento sobre o nascer de novo e o de viver pela nova natureza, pode estar sendo enganado por ventos de doutrinas ou pelo próprio coração, considerando-se o que não é. Vou tentar exemplificar: houve uma época em que o povo de Israel acreditou que amava a Deus, mas o Senhor disse a eles que: “o vosso amor é como a nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada, que cedo passa” (Os.6:4). Há pessoas que declaram que amam e creem em Deus, mas quando vem a tribulação se escandalizam rapidamente, estão na mesma situação do povo de Israel. Outros, são sinceros e vivem um grande conflito: querendo ser ovelha e não conseguindo por causa da natureza não transformada, ou falta do conhecimento da necessidade de viver pela nova natureza, santificando-se. O Senhor afirma que nós mesmos não conseguimos nos transformar por nossas próprias forças: “acaso pode o etíope mudar a sua pele ou o leopardo as suas manchas? Assim poderíeis fazer o bem estando acostumados a fazer o mal” (Jr.13:23). Portanto, a Palavra de Deus gera esse desejo e essa fé necessária para o novo nascimento (entrar na porta – João 10:9 - “Eu sou a porta”) e também o de viver por essa nova natureza (em Jesus), ou seja, (caminhar – João 14:6 - “Eu sou o caminho”).

Em resumo, quero lhe fazer algumas perguntas que já fiz a mim mesmo: você nasceu de novo? Você anda de acordo com a nova natureza? Você é ovelha? Você faz parte de um rebanho? Você tem um Pastor? Se não sabe responder vou lhe ajudar trazendo algumas características das ovelhas para você olhar no espelho:

1º) A ovelha é dependente de um Pastor. Ela não sobrevive sem um Pastor que dela cuide. A ovelha não tem senso de direção, perde-se rapidamente se não houver quem a guie; e também, não tem nenhum mecanismo natural de defesa, depende da proteção do Pastor. A ovelha depende do Pastor para quase tudo, e isso é humilhante para algumas pessoas. Mas foi esse o caminho de Jesus: Fp. 2:7... esvaziou-se a si mesmo; e Fp. 2:8 ...humilhou-se a si mesmo.., para ser ovelha e obedecer ao Pai, como Pastor.

Você tem um líder, uma líder de quem você recebe alimento (orientação), a quem você dá relatório da sua vida? Ou você é um crente que assiste reuniões, não reconhece ninguém como Pastor (na prática) e por ninguém é reconhecido como ovelha? Você depende de seu Pastor ou vive sua vida como acha que deve viver, indo para onde quer, quando quer, e tomando decisões sem orientação Pastoral? Seja humilde, pergunte àquele que você acha que é seu líder, se você é realmente ovelha.

2º) A ovelha depende do rebanho: a ovelha tem uma grande dependência do rebanho. É um animal que não sobrevive sozinho (como o lobo). Há situações na nossa vida (creio eu) que Deus não vai usar nem o Pastor, nem os “chamados grandes” para te abençoar. Deus nos reserva bênçãos que só virão através de nossos irmãos, para que aprendamos a depender também uns dos outros. Muitos perdem as bênçãos de Deus porque podem até se humilhar diante de um Pastor, ou de um líder conhecido, mas não conseguem depender de seus irmãos.

Você depende de seus irmãos, sente a proteção de estar num rebanho, ou é orgulhoso e soberbo a ponto de viver sua vida sem compartilhar com seus irmãos? A Igreja (o Corpo de Cristo) aprova você como ovelha? Você tem esse testemunho de seus irmãos? Você depende (na prática) de seus irmãos, ou é “conhecedor do bem e do mal” que vive (soberba e orgulhosamente) a própria vida?

 

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá – Petrópolis

 

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4 - O Pastor e a ovelha

 

4.4 – A ovelha segue o Pastor

 

Antes de falarmos sobre a necessidade da ovelha seguir o Pastor, devemos entender que é necessário ser ovelha e ser Pastor. Parece óbvio, mas para muitos essa definição não é clara. Ovelha não é quem crê (apenas); mas aquele que nasceu de novo (mudou de natureza) e persevera em submissão e obediência a uma liderança (um Pastor). Por outro lado, Pastor é aquele que convive com as ovelhas; que já foi ovelha e que, embora hoje seja um Pastor, procura com seu exemplo (de ovelha) ensinar os que o seguem. Pastor não é um conferencista ou um administrador de denominação, mas alguém que vai à frente das ovelhas ensinando o caminho que já percorreu, sendo servo e ovelha. Partindo desse breve esclarecimento, podemos continuar nosso estudo.

A ovelha deve seguir o seu Pastor. Não basta tê-lo como Pastor nominal, é necessário segui-lo. Há uma expressão interessante em 1Cro.28:9, Davi dá as últimas instruções a Salomão e diz: “...conhece o Deus de teu pai” . Ele não diz: conhece sobre o Deus de teu pai... mas, conhece o Deus de teu pai. Existe uma grande diferença entre conhecer sobre Deus e conhecer Deus. Vi há algum tempo atrás uma reportagem sobre alguns fãs (idólatras) de artistas famosos. O rapaz era fã de Michael Jackson, e lhe foram feitas várias perguntas sobre o cantor e sua vida, ele respondeu todas. Ele conhecia tudo sobre o cantor, mas quando lhe perguntaram quantas vezes ele havia se encontrado com o cantor, ele respondeu que nunca havia encontrado seu ídolo. Ninguém pode conhecer alguém sem andar com essa pessoa; pode-se conhecer muito sobre, mas conhecer a pessoa verdadeiramente, só andando (seguindo) essa pessoa.

O ensino de Jesus era prático e pessoal. O livro de Atos narra o que Ele (Jesus) começou a fazer (na presença de seus discípulos que o seguiam) e a ensinar.

Primeiro fazer, e depois ensinar. Jesus fazia e depois explicava o que havia feito aos seus discípulos com mais detalhes. Ensinava os discípulos a fazerem o que Ele fez; não a assisti-Lo fazer. Jesus não tinha um palco onde se apresentava para as pessoas. Ele vivia e, sua vida diária, era o “curriculum” de seus discípulos. Carecemos hoje de Pastores que andem no meio do povo, ensinando com a própria vida, para que as ovelhas tenham a quem seguir. Hoje em dia, homens atribuem a si mesmo títulos ou constroem grandes templos, e como administradores de uma empresa, fazem um trabalho de mídia e marketing, exaltando sua obra (e não a de Deus) e, para tanto, fazem das ovelhas, assistentes de reuniões; pois não podem acompanhar seus líderes em seus jatinhos particulares ou nos hotéis 5 estrelas, onde costumam se hospedar. Lembro-me de biografias em que homens de Deus ficaram hospedados em casa de irmãos, e, pelo seu exemplo de comunhão com Deus mudaram a vida daquelas pessoas. Há hoje uma escassez de ovelhas porque há escassez de Pastores que pastoreiam como Jesus e os apóstolos; dando exemplo e ensinado com a própria vida. Existem templos lotados de crentes mornos, assistentes de reunião, porque há um grande número de “pastores” que não foram ovelhas (servos) e não podem ensinar o que não viveram, nem vivem.

Devemos ter mais programações que não sejam cultos, ou seja: almoços, jejuns, visitas, encontros informais com nossos líderes para os conhecermos verdadeiramente. Observar seus ensinos na afim de não seguirmos um homem que achamos ser “perfeito” e torná-lo um ídolo; mas amá-lo também nas suas limitações. Seguir um Pastor e vê-lo pregar e fazer curas é muito bom; todavia, vê-lo confessar suas limitações e fraquezas, passar por lutas e tribulações, e apesar disso seguir em frente, também é um ótimo exemplo. As multidões não gostam de seguir um homem que realmente se deixa conhecer pelas suas virtudes e fraquezas. As multidões gostam de ídolos (super-heróis que são perfeitos e tem solução para tudo). Mesmo que saibam que isso não existe, elas (as multidões) enganam-se a si mesmo (2Tm.4:3). Entretanto, quando descobrem que não existem heróis (pois o homem por mais firme que esteja é pura vaidade - Sl.39:5) toda utopia criada em torno de um ídolo vai ao chão, e tanto o líder como as pessoas são afetadas gravemente. Ovelha que segue o Pastor e o ama, não se ilude e estará com ele nas vitórias e derrotas, nas virtudes e fraquezas dele, sempre que ver nele arrependimento e desejo de santificação. Para finalizar, quero deixar o exemplo de Jesus (o modelo perfeito de ovelha), duas atitudes: Ele, para ser ovelha: esvaziou-se e humilhou-se (Fp.2:5). Ninguém vai ser ovelha cheia de si mesmo. É necessário esvaziar-se de si mesmo (seus caminhos, direitos e sonhos humanos) para viver o que Deus quer. Descobrindo a vontade de Deus que será revelada quando seguir o seu Pastor (que é um servo, uma ovelha e não um ídolo); e isso fazendo parte de um rebanho (o Corpo de Cristo). Para obedecer verdadeiramente, e não obedecer apenas quando quer, é necessário humilhar-se (tornar-se humilde). Reconhecer que não sabe o caminho certo e que depende de um rebanho e de um Pastor. Isso é muito difícil em nossos dias. O diabo age em todos os meios possíveis para influenciar de todas as maneiras pessoas, com o fim de estimulá- las a serem “pequenos deuses” que cuidam de sua própria vida e seguem seu próprio caminho. Quando medito nessas coisas lembro-me de Mateus 7:13: “estreita é a porta e apertado o caminho, e são poucos os que andam por ele”; para seguir a Jesus tem que ser ovelha (que segue o Pastor), e são poucos os que conseguem. Você será umas dessas poucas ovelhas? Decida hoje, amanhã pode ser tarde demais.

 

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá – Petrópolis

 

4 - O Pastor e a ovelha

 

4.5 – O Pastor busca a ovelha extraviada (continuação da edição anterior)

 

Há hoje um evangelho que produz características parecidas com a do verdadeiro Evangelho, mas é engodo. Vamos exemplificar:

Operosidade da fé: no verdadeiro Evangelho isso significa obras, dar testemunho onde vive e trabalha, visitar necessitados, participar de algum ministério (serviço), ser discipulado já pensando em discipular alguém; receber querendo partilhar o que recebeu, ser servido pensando em servir. No evangelho placebo as pessoas se iludem achando que participar de grandes concentrações, assistir shows de cantores e pregadores é trabalho. Fazendo isso elas tentam tranqüilizar a consciência, mentindo para si mesmas, e dizendo que o que fazem é um trabalho para Deus.

Abnegação do amor: no verdadeiro Evangelho essa abnegação revela-se em colocar o reino de Deus em primeiro lugar na sua vida, mantendo comunhão contínua com os irmãos, conhecendo-os e sendo conhecidos por eles (1Jo.1:7), amando-os, perdoando-os e servindo quando necessário for, e não quando nos é satisfatório. No evangelho placebo o amor é superficial e age não segundo a abnegação, mas segundo a vontade de cada um. O reino está em primeiro lugar só nos lábios, e o amor aos irmãos é de sorrisos e em grandes encontros, o que torna impossível que se conheçam se amem e se perdoem, e sirvam uns aos outros.

Firmeza da esperança: no verdadeiro Evangelho essa firmeza é manifestada na perseverança nas tribulações (Tg.1:12), nas perseguições (2Tm.3:12), e no sofrimento por amor ao Evangelho (Fp. 1:29). Também e, sobretudo, em esperar a volta de Jesus e do seu reino (2Cor.4:18; 1Cor.15:19). No evangelho placebo essa firmeza é apenas para receber bênçãos, através de campanhas. Almejando viver da melhor maneira que puderem aqui na terra, sem pensarem na eternidade.

Outro motivo das ovelhas se extraviarem é a definição errada do fundamento do Evangelho. O fundamento do Evangelho é Cristo (1Cor.3:11), ninguém deve lançar outro fundamento ou florear o verdadeiro fundamento que é Jesus.

Hoje um dos muitos fundamentos da pregação é a bênção. Na verdade isso não é fundamento, mas propaganda. Essa pregação vem em forma de oferecimento de prosperidade e cura.

A grande maioria das pessoas que estão nos templos (na minha opinião), ou está “esperando a bênção”, ou querendo tornar o nome do seu líder ou da sua denominação afamado. Cuidado amado irmão, o fundamento e a grande bênção é ter Jesus como Senhor da sua vida, e quanto aos grandes e famosos, a Palavra de Deus diz que o dia do Senhor será contra eles (Is. 2:12; Lc.16:15). Poucos têm Jesus como o único e suficiente fundamento para perseverar. Esses são alguns motivos do afastamento de tantas pessoas hoje do Evangelho. Os Pastores têm a difícil missão de buscar as extraviadas. Essas ovelhas foram contaminadas por esse “evangelho placebo”, e receberam como fundamento a busca da bênção aqui na terra. Foram ensinadas que devem reinar antes do seu Rei assumir o Reino. Jesus veio, cumpriu sua missão e está à direita do Pai, esperando a ordem para voltar e reinar (no milênio) aqui na terra. A Palavra de Deus diz que nós vamos reinar quando ele se manifestar (Cl. 3:3). Por esta falta de entendimento das pessoas isso se torna uma árdua missão. A “massa” não aceita o verdadeiro Evangelho, então teremos que ir de ovelha em ovelha. Nas citações abaixo você notará que existe uma grande alegria por “uma” ovelha que é recuperada. Valorizar cada vida é ter a essência do amor de Deus. Isso tem um preço. Gastar tempo e dinheiro para ir atrás de cada ovelha. Você valoriza cada vida ou se encanta com as multidões? Você está disposto a ir atrás de uma ovelha ou sonha com as grandes massas reunidas? Quer ser conhecido de Deus por amar cada ovelha ou ser conhecido dos homens por ajuntar multidões? Faça sua escolha Pastor.

 

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá – Petrópolis

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4 - O Pastor e a ovelha

4.6 – A ovelha que se desviou por fraqueza ou falta de conhecimento (Lc.15:3-7)

 

Muitos se desviaram não porque decidiram abandonar Deus voluntariamente, mas porque não foram edificados sobre o verdadeiro fundamento. Em 1Tm.2:4 Paulo diz que Deus deseja que todos sejam salvos, mas também que cheguem ao pleno (total) conhecimento da verdade. Muitos creem, mas não chegam ao pleno conhecimento da verdade, pois não são alimentados adequadamente com a Palavra de Deus. Por isso se enfraquecem e se afastam. Devemos ir “lavar os pés” desses irmãos, dando-lhes uma nova oportunidade de recomeçar, e fazê-lo da maneira correta e sobre o único e verdadeiro fundamento: Jesus.

 

4.7 - A ovelha que se extraviou (perdida) dentro da “igreja” (igreja = denominação)

 

Ovelhas extraviadas dentro dos templos existem aos montes e em todos os lugares. Assistem reuniões, mas estão perdidas.

Como uma pessoa pode estar perdida dentro da “igreja”? De muitas maneiras: algumas estão perdidas por causa de pecados não confessados; em Is.59:1 diz que o pecado faz separação entre o homem e Deus, e quem não se arrepende e confessa seus pecados não tem perdão e está separado de Deus; embora seja membro de uma denominação e assista reuniões. Outros não têm comunhão com os irmãos, veem seus irmãos nos cultos, mas não são conhecidos e nem conhecem seus irmãos. Não participam efetivamente das alegrias e sofrimentos de seus irmãos. A Palavra de Deus diz que muitos estão fracos, outros doente, e muitos dormindo (1Cor.11:30) porque não entendem o que é fazer parte do Corpo de Cristo; os membros do Corpo devem estar ligados. É imprescindível que quem está em Cristo (na Luz) mantenha comunhão com seus irmãos, tenha uma aliança firme e em todos os momentos. Todavia, é muito mais cômodo participar de grandes reuniões, onde ninguém conhece ninguém verdadeiramente, sem compromissos ou responsabilidades.

 

4.8 - A ovelha extraviada que abandonou voluntariamente o aprisco

 

Em Lc.15:11-24, vemos um outro tipo de ovelha extraviada. O interessante é que essa ovelha decidiu voluntariamente ir embora e aproveitar os prazeres do mundo. O pai não impediu, nem foi atrás (embora não houvesse esquecido, pelo contrário, esperava a volta). Neste caso, o pai deixou que o tempo e as circunstâncias fossem usadas por Deus para levar o filho ao arrependimento.

De uma ou outra maneira a verdade é que o Pastor deve buscar (ou esperar a ovelha perdida).

Você conhece alguma ovelha perdida? Então não seja apenas “ouvinte”, pratique essa palavra. Ore e decida agora visitar, ligar, mandar um email para alguém que se desviou. Jesus disse: IDE...

 

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá – Petrópolis


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5 - O Pastor e o mercenário

 

5.1 - Características do Mercenário (continuação)

 

            Outra característica do mercenário é a impaciência. Ele não consegue praticar o processo de semeadura: lavrar a terra, semear, cuidar, e por fim, esperar o fruto. Receber a recompensa no céu para ele é inadmissível.  Essa impaciência o leva a usar de todas as artimanhas possíveis para alcançar o seu objetivo (Cl.2:8; Ef.4:14); criando campanhas, títulos, doutrinas e até mesmo menospreza seus irmãos dizendo-se “a grande obra” ou “o lugar da benção”. Isso não é novo. No tempo de Jeremias isso já acontecia. O profeta declara em Jr. 7:4: “não confieis em palavras falsas dizendo: templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é esse”. Deus não é Deus de uma denominação ou obra específica. Deus tem um só povo, uma só Igreja, espalhada por toda a terra; e além disso, Ele diz em Jr. 32:27: “eu sou o Deus de todos os viventes...”,  não apenas de um grupo. Em Atos 7:48 diz: “Deus não habita em templos feitos por mãos humanas”. Deus habita na eternidade e enche toda a terra, onde houver alguém sincero e contrito, Deus ouvirá. Deus não valoriza (como o homem) os grandes templos e grandes ajuntamentos. Deus valoriza “cada vida”, cuidando de cada uma com muito amor e paciência.

O mercenário é a antítese de João Batista. João desviava a atenção de si e de sua obra para Cristo Jesus. Ele diminuía para Jesus crescer (Jo.3:30). Para João, grande era só o Senhor Jesus.  O mercenário atrai os holofotes para si e para “sua obra”. João, como Jesus, não buscava ou aceitava a glória de homens (Jo.5:41). O mercenário não só aceita, como estimula o povo a idolatrar templos e pessoas.

            O Apóstolo Paulo nos deixou escrito: “eu plantei, Apolo regou, mas o crescimento veio de Deus; de modo que, nem o que planta é alguma coisa nem o que rega, mas Deus que dá o crescimento” (1Cor. 3:6,7). Irmãos, somos servos, colaboradores da obra que pertence ao grande, único e soberano: nosso Senhor Jesus Cristo.

 

5.2 - Características do Pastor

 

            O Pastor tem um chamado, que não foi uma escolha pessoal para uma profissão, mas um chamado irresistível para servir o Senhor. Erwim Lutzer (Pastor, escritor) define o chamado como: “uma convicção dada pelo Espírito Santo, confirmada pela palavra de Deus e pela Igreja “Corpo de Cristo”. Leighton Ford (evangelista) diz: “os verdadeiros líderes são pessoas movidas no caminho de Deus, no tempo de Deus, para o lugar de Deus; não porque tenham imaginado isso, mas porque foram arrastados para isto”. Alguém também disse: “não entre no ministério, se puder passar sem ele”.

            O Pastor é o contrário do mercenário. O Mercenário vê o ministério como fonte de lucro e “por si mesmo”, ou por modos escusos, assume títulos para exercer o ministério. O Pastor tem um chamado bem definido.

            Charles Spurgeon disse: “homens ousam declarar-se ministros de Cristo. Precisam compreender mais profundamente que o Senhor lhes entregou a Palavra da Reconciliação (2Cor. 5:18-19). Preferiria que vivêssemos em dúvida e nos examinássemos muitíssimas vezes, do que nos tornássemos empecilhos no ministério... Ser Pastor sem vocação e como ser membro professo e batizado, sem conversão (Jr. 23:21).         

            Paranaguá em seu livro: ‘Pegadas de lobo na porteira, picareta, psicopata ou Pastor?’ declara: “o homem de Deus talhado para essa função, foi tratado por Cristo na cruz, convocado pelo Pai Celestial para uma missão divina na terra, e capacitado pelo Espírito Santo para esse nobre ofício, que tem como principal objetivo apascentar o rebanho do Senhor”. A vocação é algo imprescindível.

            Vamos a mais duas características do Pastor: Sinceridade e motivação correta. A sinceridade de um Pastor o faz reconhecer que, como as ovelhas, é um homem incapaz de viver uma vida que agrade a Deus, e de cumprir o seu ministério. Ele entende que a suficiência vem de Deus (2Cor. 3:5). Ao reconhecer suas limitações, e por isso sua dependência de Deus, o Pastor não usa de hipocrisia, nem coloca-se como intermediário entre as ovelhas e Deus. Ele ensina o caminho que aprendeu, e como exemplo ajuda as ovelhas a irem a Deus e dependerem Dele (Deus); sendo ele (o Pastor) um modelo para elas (1Ped. 5:2). Modelo não de “um grande homem de Deus”, mas de uma ovelha que aprendeu a depender e se satisfazer em Jesus.

            O Pastor conduz pessoas a Cristo, levando-as a compreender o sacrifício da Cruz como o único meio de salvação e remissão de pecados; sendo Cristo Jesus o único fundamento da vida cristã. Bem como a obediência como o meio pelo qual se pode ser verdadeiramente abençoado e abençoador de outras pessoas. Não sendo necessárias novidades, como cantores e pregadores especiais, nem campanhas ou orações poderosas. Sacrifício de Cristo e obediência a Palavra de Deus são os seus ensinos.

            Continua na próxima edição.

 

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

 

 

5 - O Pastor e o mercenário

 

5.3 - Frutos do Mercenário

 

Jesus disse que pelos frutos conheceríamos os líderes (Mt.7:16). Todavia, no verso 21, Ele alerta para o perigo de se valorizar o que é aparente (“frutos” = atos aparentes). Ele (Jesus) diz que alguém pode profetizar, expulsar demônios e até mesmo fazer milagres e não ser um discípulo, um Pastor verdadeiro.

Os mercenários são assim: usam o nome de Jesus para fazerem milagres e angariar lucro e fama. Em 1Cor.4:5 a Palavra do Senhor nos diz que Deus vai julgar os “desígnios” (a intenção) dos corações. Ou seja, não só ato, mas a atitude (a motivação) com que se praticou as coisas, quer boas, quer ruins.

Jesus quando fazia milagres orientava ao que havia sido curado que testemunhasse para outros o que Deus lhe havia feito; com o intuito de que outros cressem e fossem salvos. Jesus não mandou ninguém fazer propaganda de milagres e muito menos usar milagres em benefício próprio. Aos que usam dessa artimanha em benefício próprio (o mercenário), Jesus lhes dirá no dia do juízo: “nunca vos conheci, apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” (Mt.7:23).

O fruto do mercenário é aparente. Aí reside o perigo; mas também abre-se uma ótima oportunidade de se conhecer o mercenário e o Pastor. Jesus alertou que profecias, milagres, expulsão de demônios... não são frutos dignos de confiança, no que diz respeito ao caráter (embora devam acompanhar aos que creem). É necessário conviver com as pessoas e esperar os frutos segundo os critérios de Deus.

Os discípulos andaram com Jesus, aprenderam com suas palavras e, sobretudo, com a sua vida; pois Ele fazia e depois ensinava (At.1:1). Ensinar o que se pratica é fruto que vem de Deus.

O contexto do assunto abordado (ou seja, todo o capítulo 7 de Mateus), começa admoestando os discípulos a não julgarem as pessoas; pois não conhecemos o coração do homem (só Deus conhece – 1Sm.16:7). Nós olhamos o que é aparente e pode ser que nosso julgamento se baseie em “milagres” ou “pecados” de uma pessoa. O que faz milagres pode estar mal aos olhos de Deus (Mt.7:22,23); e o pecador pode ter se arrependido e confessado seus pecados e estar sendo aceito por Deus (Lc.18:9-14). A orientação de Jesus é: “não julgue as pessoas.” Todavia, em Mt.7:16, quando fala dos líderes, Ele diz que tem que haver um julgamento (pelos seus frutos...). Julgar os frutos do líder. Fruto não é um ato, fruto não nasce de um dia para o outro, fruto é com tempo, paciência e cuidado. O verdadeiro fruto é o da eternidade. Como é a vida do seu líder? Ele almeja a Glória eterna? (Hb. 11:16; Hb.13:14); ou procura e aceita Glória

humana? (Jo.5:41). Ele valoriza coisas invisíveis (2Cor.4:18); ou busca as visíveis?

(1Cor.15:19). Para mim parece que o fruto apresentado por Jesus é um fruto gerado pela obediência (Mt.7:21b - “ ...mas aquele que faz a vontade de meu Pai...”).

O mercenário não gera frutos de uma vida de obediência e paciência. O mercenário tem metas a cumprir (metas visíveis) por sua própria cobiça ou pela denominação que distribui cargos de acordo com o sucesso (aparente) do líder; sucesso baseado no “caixa da igreja” (igreja entenda-se, por Babilônia). O mercenário vive nos púlpitos, atraindo multidões, não tem tempo para comunhão com os irmãos. O mercenário não faz discípulos como Jesus, ele ajunta pessoas, crentes de igreja, assistindo     coisas dessa vida, como seu mestre: o mercenário.

Resumindo: o mercenário tem como “fruto” o que é aparente e passageiro. Seus “frutos” são crentes religiosos que, como seu mestre, não negaram a si mesmo; vivendo de campanhas e usando a “religião” ou o nome de Jesus para buscarem benefícios próprios em primeiro lugar e não o Reino de Deus (Mt.6:33).

Não é tão difícil identificar os mercenários de hoje, não é verdade? Você conhece algum? “Sai de lá, povo meu...” (Is. 52:11).

 

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá – Petrópolis

 

O Pastor e o mercenário

 

5.4 - Frutos do Pastor

 

            O fruto da vida de um Pastor começa quando a cruz opera a morte nele: “Se o grão de trigo caindo em terra não morrer, fica ele só; mas se morrer produz muito fruto” (Jo.12:24). Quando o Pastor perde a sua vida por amor a Deus e ao Seu reino, abrindo mão dos seus sonhos, seus planos, para viver os sonhos e planos de Deus, com certeza vai gerar frutos eternos. Esse Pastor abre mão das coisas terrenas, aparentes e passageiras, para viver as coisas celestiais, invisíveis e eternas. Assim vivendo, será exemplo (modelo) para seus discípulos, exemplo de quem ama a Deus, Seu Reino e Sua Vinda (2Tm.4:7). Isso é o inicio do fruto gerado por Deus em nós.

            Embora a obra de Deus não seja visível, nem valorizada nesse mundo; é necessário que o fruto da vida de um Pastor, ou seja, sua vida, seus discípulos, sejam reconhecidos por Deus e por parte do seu povo: a Igreja. “Da mesma forma também as boas obras são manifestas antecipadamente; e as que não o são não podem ficar ocultas” (1Tm.5:25).

            O fruto da vida do Pastor está descrito em Lucas 9:23; Jesus tomou a cruz, e fez o convite: “se alguém quer vir após mim...” O fruto da vida de um Pastor é seguir o exemplo do seu Mestre Jesus, ou seja, tomar a sua cruz. Jesus disse: “... quem perder a sua vida por minha causa, esse a salvará” (Lc.9:24). Discípulos que o imitem como ele imita Jesus. Jesus fez do Pastor um pescador de homens, “vinde após mim e eu vos farei pescadores de homens” (Mc.1:17); ele fará o mesmo de seus discípulos.

 

 

            5.5 – Destino do mercenário

 

            O destino do mercenário é a condenação eterna.

            O mercenário busca a glória humana e terrena; que Jesus rejeitou:  “Eu não recebo glória da parte dos homens” ( Jo. 5:41), as coisas desse mundo (“Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” 1Jo.2:15). Pode ser que a alcance, por algum tempo, pois o inimigo continua a oferecer, como o fez com Jesus (Mt.4:8,9). Todavia, o seu destino será o inferno eternamente.

            O destino do mercenário (e seus seguidores) é o inferno e depois o lago de fogo e enxofre, onde sofrerá pelos séculos dos séculos.

 

            5.6 – Destino do Pastor

 

            O destino do Pastor é a glória eterna.

            Hoje o Pastor abre mão (perde) sua vida por causa de Jesus (“e ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2Cor.5:15), servindo-O e ao Seu Corpo: a Igreja. Tendo sua vida oculta em Cristo (Cl.3:3); aguardando Sua manifestação em glória, para receber seu galardão, sua coroa              (“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” 2Tm.4:7) e reinar eternamente com Jesus Cristo.

            O Pastor, aqui na terra, glorificou e honrou o seu Senhor (1Sm.2:30; Jo.12:26). Agora o seu Senhor o honrará e lhe dará a glória pelos séculos dos séculos.

            Você já analisou o fruto da vida do seu Pastor? Ele é um Pastor ou um mercenário? E você a quem segue? Qual será o seu destino?

 

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

4 - O Pastor e a ovelha

 

4.5 – O Pastor busca a ovelha extraviada

 

Em nossos dias, o número de ovelhas extraviadas é muito grande. Por onde andamos: seja nos hospitais, nos presídios, nas escolas ou faculdades, no trabalho, há sempre alguém que já esteve em alguma “igreja” (templo) e se afastou. Existem bairros no Rio de Janeiro que a metade da população é “crente” (mesmo que não praticantes - são ovelhas perdidas dentro da “igreja”= templo-denominação), e uma boa parcela da outra metade já visitou alguma “igreja” (templo).

São vários os motivos pelos quais essas ovelhas se extraviaram, dentre eles, os seguintes:

Evangelho placebo. Placebo é um medicamento sem efeito, farmacológico. Depois de analisar a raiz desta palavra, fiz a minha definição do evangelho de nossos dias, ou seja, um evangelho sem poder para converter e levar pessoas a maturidade espiritual, que consequentemente proverá condições para suportar as aflições e perseguições que todo servo fiel passará (Jo.1:33, At.14:22; II Tim.3:12).

A palavra “placebo” vem do latim “placere” e significa “agradar”; define bem o evangelho de nossos dias: um evangelho para agradar as pessoas. Mexe com o psicológico, com os sentimentos das pessoas; levando-as a acreditarem que têm fé, quando na verdade, não passa de um “pensamento positivo”; não passa de pretensão que nada tem a ver com a fé verdadeira. Os que usam desse evangelho, prometem o que não podem cumprir; isso não é novo, só se intensificou em nossos dias. Em Jeremias 7:4 e 8:11, os falsos profetas prometiam que o “templo” era o lugar da benção; ou seja, a mesma estratégia de hoje: ajuntar a “massa” para obter lucro; e profetizavam paz e prosperidade a todos indistintamente. Sabemos que não há paz para quem vive na prática do pecado.

Em I Tes.1:5, Paulo afirma que o Evangelho tinha chegado aos Tessalonicenses com poder e eles haviam se tornado exemplos para todos os crentes. Agora, qual a consequência (o fruto) desse poder? No verso 3 do mesmo capítulo é definido: 1º) operosidade da fé; 2º) abnegação do amor; 3º) firmeza da esperança. Quando as pessoas recebiam o Evangelho verdadeiro, elas recebiam uma fé operosa. Elas criam (fé) e praticavam (obras) o Evangelho, trabalhando e produzindo frutos para o Reino de Deus (pois a fé sem obras é morta Tg.2:26). Também era derramado nos corações o amor verdadeiro, que não pensa apenas em si mesmo e como ganhar a “sua benção”. O verdadeiro amor tem como característica a abnegação (desprendimento de interesse próprio), para servirmos uns aos outros; e também a firmeza da esperança, esperar em Deus. E com paciência, aguardar o que Deus tem preparado para cada um de nós, aqui na terra, e, sobretudo, esperar a vida eterna com Jesus.

Há hoje um evangelho que produz características parecidas com a do verdadeiro Evangelho, mas é engodo. Vamos exemplificar: (CONTINUA NO PRÓXIMO JORNAL).

 

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá – Petrópolis

 

 

5 - O Pastor e o mercenário

 

Introdução

5.1 - Características do Mercenário

5.2 - Características do Pastor

5.3 - Frutos do Mercenário

5.4 - Frutos do Pastor

5.5 - Destino do Mercenário

5.6 - Destino do Pastor

 

Introdução

 

Vamos definir o que é um “mercenário” (Pastor-mercenário), do Latim “mercenariu”, de mercê = comércio); ou seja, mercenário é aquele que trabalha em troca de soldos (pagamentos). Sem ligações patriotas, ideais ou fidelidade. Esta definição externa bem o que eu compreendo por um mercenário. A motivação para fazer algo é LUCRO. Sem quaisquer outros ideais, princípios ou sentimentos. No coração do mercenário (pastor-mercenário), não há amor, nem temor. Ele é um ator que usa artifícios de sua “profissão” para mexer com os sentimentos das “massas”. Ainda que ele dê atenção a uma pessoa, o objetivo são as multidões, a fim de obter lucro. Na maioria das vezes usa dons naturais, como eloquência, simpatia, pretensão que aparenta ser fé, mas é uma soberba que “parece” autoridade. Bem como, coisas aparentes como: vestimenta que impressione, grandes templos, etc.

Não é fácil para o neófito (novo convertido) conhecer o mercenário, pois ele é mestre do engano (2 Cor. 11:14).

Vamos definir o que é um pastor: é aquele que vê e leva ao pasto. Pastor é alguém que protege, guia e alimenta o rebanho; tendo como motivação, o amor. Alguém que sabe onde existe alimento e também sabe conduzir as ovelhas até esse alimento. Enfim, “Pastor” é aquele que cuida de pessoas, discipulando-as. A palavra “pastor”, atualmente está associada a uma pessoa que é proprietária de uma igreja (igreja=denominação), e que faz sermões às quintas-feiras e domingos. Não é essa a conotação verdadeira da palavra “Pastor”. Vamos repetir: Pastor é aquele que protege, guia e alimenta as ovelhas. Aquele que, por amor, serve, trabalha, e dá a vida pelas ovelhas

 

5.1 - Características do Mercenário

 

O Mercenário, em primeiro lugar, é um hipócrita (hipócrita = fingido) por motivos interesseiros. Tem uma aparência que não retrata a realidade, e finge ter sentimentos e emoções que na verdade não tem; externa pensamentos diferentes da realidade que há no coração. Esses tais não assumem sua verdadeira personalidade e motivação.

A origem da palavra hipócrita vem do grego “hypocrites”, que designavam na antiga Grécia os atores de teatro, pois durante as suas apresentações, fingiam ser outra pessoa.

Fingindo ser o que não é, o mercenário cativa pessoas para ajuntá-las, fazendo delas fonte de lucro e “massa de manobra”. A intenção, a motivação é o lucro. Trabalham a fim de usufruírem dos bens terrenos; e se necessário sacrificam as próprias ovelhas para conquistar seus objetivos. Vivem e falam de tal maneira como se aqui fosse sua morada eterna. No seu discurso, a eternidade está em segundo plano, o principal é esta vida. Sua mensagem é terrena, contrária a de Jesus (quem perder essa vida...).

O mercenário procura ser conhecido, não por seu trabalho constante, mas por seus “grandes feitos”, e para tanto, faz uso da propaganda e usa o nome de Deus a fim de atrair mais pessoas. Na verdade usam os milagres de Deus como propaganda para o “seu reino”.

O mercenário procura estar sempre com muitas pessoas influentes ao seu lado: grandes pregadores, grandes cantores que estão na mídia. Eles preparam constantemente novidades para o seu povo. O povo que está com eles (na sua maioria) não tem Jesus como fundamento (1Cor. 3:11). Jesus não os satisfaz. Eles preferem ouvir fábulas de uma maneira eloquente do que ter uma comunhão pessoal com Jesus. Esses tais (mercenários) enfeitam o Evangelho (como se necessário fosse) para admirar as pessoas. Em contrapartida, essas pessoas não têm uma revelação pessoal de Jesus e do Evangelho; ficam sempre dependentes das novidades desses palradores frívolos. (Tito. 1:10-14)

Sinto a necessidade de colocar uma explicação: conheço Pastores que agem dessa maneira e não são mercenários. Nem todos os que assim agem, são mercenários. Creio que a alguns, lhes falta revelação para desfazer ensinos que receberam erroneamente.

O mercenário busca o reconhecimento da sua obra e do seu nome. Ele não está preocupado com a unidade da igreja e dos líderes. Se tiver relacionamento com outros lideres, não é com o fim de buscar unidade. Mas promover sua obra. Eles, na grande maioria, não convidam os desconhecidos, mas os que estão na mídia. Se não têm recursos financeiros por causa do alto valor que pedem às “estrelas do mundo evangélico”, então, apelam para outros, de menos importância. O que importa é ter novidades. Outros, não querendo dividir os seus lucros, inventam a cada dia novas formas (novidades) de atrair as pessoas, o que importa é que a sua “obra e o seu nome” estejam em evidência.

Continua na próxima edição.

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá – Petrópolis

 

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5 - O Pastor e o mercenário

 

5.1 - Características do Pastor (continuação)

 

A motivação do Pastor é o amor a Deus. Por isso, descarta-se a necessidade de se obter lucro a qualquer preço. Portanto, o Pastor pode trabalhar em obediência aos ensinos e exemplos Bíblicos; não tendo necessidade de criar (inventar) novidades para as ovelhas.

O Pastor é como João Batista. João desviava toda glória para Jesus. Não pregava a si mesmo (2Cor. 4:5). Não buscava o interesse próprio para si ou sua obra (Fp. 2:4). O Pastor nada faz por partidarismo (Fp.2:3). O que importa não é o seu ministério ou a sua obra. O que importa é Jesus e a unidade da Igreja. Um só Corpo e um só Espírito. O objetivo é a unidade do povo de Deus. Como diz nosso Pastor Érico Bussinger: “somos uma pequena parte, desse grande povo espalhado por toda a terra”.

Terminando, destacamos mais uma característica do Pastor: A paciência. Ele sabe que um discípulo não se forma da noite para o dia. Leva tempo. Tempo para ensinar. Tempo para dar exemplo, ensinando-os a praticarem o que viram e ouviram. Assim foi nosso Senhor que durante 3 anos os ensinou. Atos relata que Jesus começou a fazer e ensinar os seus discípulos. Ele fazia (praticava) e ensinava os discípulos a praticarem. Isso leva tempo; e se investimos tempo; e tempo é a própria vida que temos aqui na terra, podemos dizer que, o verdadeiro Pastor dá a vida pelas ovelhas.

 

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá – Petrópolis

 

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6 - O projeto de Deus no pastoreio

 

            6.3- Formar líderes

 

         A ordem de Jesus aos líderes foi uma orientação muito clara: ser líder pelo exemplo, como “modelos para o rebanho” (1Pd.5:2). Modelos que no dia a dia, através da prática do Evangelho, influenciem outros a fazerem o mesmo. Em suma, fazer líderes é (basicamente) ser um discípulo fiel e obediente. Obviamente, ao discípulo fiel e obediente será acrescentado características inerentes à liderança.

            Quando alguém se converte (verdadeiramente), entende que tem que tomar a cruz, que significa sentença de morte, para o seu “eu” e para “o mundo”; vivendo para Deus e colocando o Reino de Deus em primeiro lugar (Mt.6:33), amando (1Jo.4:20) e servindo seus irmãos (Jo.13:1-20), como Jesus, nosso maior exemplo (“porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” - Mt.20:28). O Pastor imita Jesus e ensina o discípulo a imitá-lo. O exemplo de estar sendo servido pelo Pastor, deve ser ensinado no primeiro dia de discipulado. O discípulo deve ser conscientizado (no primeiro dia) que, o que se está fazendo por ele naquele momento, é o que ele fará a outros no futuro.

            A minha ênfase para liderança não é como se aprende a ser um líder de acordo com os padrões humanos. Os homens valorizam líderes famosos, que querem por títulos, aparência, pretensão ou marketing se promover, ajuntando multidões.

            Sobre administração, existem muitos livros que tratam deste assunto. Algumas coisas com pouco valor espiritual, outras, interessantes e até necessárias. Os princípios da administração, são: planejar, organizar, dirigir, controlar. Princípios seculares que podem ajudar de algum modo na administração da denominação. Todavia, não é esse nosso assunto. Neste estudo estamos focando o líder como Pastor, ou seja, o exemplo do próprio Cristo. Jesus fazia e ensinava (At.1:1). Ele (Jesus) dava o exemplo e depois ensinava aos discípulos a fazerem o que Ele havia feito; Jesus cuidava de vidas (Igreja=pessoas), nunca impondo sua autoridade, mas exercendo-a sobre aqueles que O reconheciam. Neste caso, o líder (segundo o coração de Deus) tem que abrir mão da glória humana (Jo.5:41), pois, sendo exemplo de servo, provavelmente nunca receberá aplausos. O mundo não valoriza o líder-servo, o título de “servo” é almejado por poucos e desprezado por muitos. Em nosso meio, podemos reconhecer um líder, ou saber que um líder está sendo levantado pelo Senhor, quando ele se torna uma ovelha submissa e obediente. As pessoas não valorizarão (repito) esse líder, mas com certeza, será um líder capaz de fazer outros líderes, segundo o coração de Deus. Nenhum líder fará outros líderes (segundo Deus) sem ser ovelha submissa e obediente, enfatizamos desde o início: fazer líderes pelo exemplo. Formar líderes é formar ovelhas (pelo exemplo), fazer líderes é fazer discípulos fiéis (pelo exemplo). Então, meus amados irmãos Pastores, não se preocupem em formar “grandes líderes”, ou distribuir cargos, títulos, mas em formar ovelhas obedientes e submissas. Essas ovelhas inevitavelmente se tornarão líderes mais à frente.

 

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

6 - O projeto de Deus no pastoreio

 

            6.4 – Preparar a noiva

 

 “...como também Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse. Tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra; para apresentar a si mesmo Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef.5:25b-27). “Grande é esse mistério, mas eu me refiro a Cristo e a Igreja” (Ef.5:32).

            Paulo usou o exemplo de Jesus amando a Igreja para admoestar os homens a amarem (ou como amarem) suas esposas. Podemos usar o mesmo exemplo (como princípio) para com os Pastores. O Pastor tem a função (e o privilégio) de preparar a noiva para Cristo. Recentemente, celebrei um casamento e fiquei impressionado com o zelo e a alegria das “mestras de cerimônia”; o cuidado com cada detalhe e especialmente com a noiva, me admirou! Assim deve agir o Pastor com a noiva de Cristo. Devemos apresentá-la impecável: “Igreja Gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante; porém santa e sem defeito” (Ef.5:27). É obrigação do Pastor zelar (com amor) pela santidade da Igreja (entenda-se: Igreja = pessoas).

            Na passagem acima, Paulo nos revela como zelar. Não como os fariseus que priorizavam a aparência; e, por isso, Jesus os repreendeu severamente, chamando-os de “sepulcros caiados”. Por fora, branquinhos e belos aos olhos dos homens, por dentro, imundos! Agravando a situação com sua soberba e hipocrisia, não reconhecendo sua  miserável condição; como o era a Igreja em Laodicéia de Apocalipse, que dizia: “estou rico e abastado, e não preciso de coisa alguma”(Ap.3:17). Todavia, Deus revelava a sua realidade: “nem sabes tu que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu.”

            O zelo com a noiva e pela santidade começa com o Pastor, reconhecendo sua condição de pecador. Arrependendo-se dos seus pecados, crendo no sacrifício de Jesus. Deste modo (com sinceridade), querendo agradar a Deus e não a homens (1Ts.2:4; Gl. 1:10) está apto a pregar a verdade, (...arrependei-vos... At.2:38) estando pronto para ser exemplo (1Pe.5:2). Não exemplo de perfeição aparente e hipócrita, mas de um pecador arrependido que depende da graça, e por isso (depender da graça), tem o desejo ardente pela santificação; sendo assim, exemplo para a noiva. Jesus, o exemplo maior, sacrificou-se pela noiva, praticando o verdadeiro Evangelho como nos ensina Tg. 1:27 - “guardar-se incontaminado do mundo” (santidade), e visitar os necessitados (trabalho-obra). As vestes da noiva são: atos de justiça (Ap.19:8).

            Como o sacrifício é inútil sem arrependimento, assim uma santificação sem obras é sem valor diante de Deus. Santificamo-nos para Deus, mas em favor de sua noiva (Jo.17:19). Os sacerdotes traziam a seguinte inscrição na mitra: “Santidade ao Senhor”. Santidade, todos sabem que significa (basicamente) separação. Separar-se é uma coisa, separar-se para (ao) Senhor é outra. Os sacerdotes santificavam-se para Deus, mas em favor de seu povo. Hoje os Pastores devem santificar-se para Deus, mas em favor da noiva, como fizeram os sacerdotes em favor de Israel e Cristo em favor da Igreja. Essa é a religião verdadeira, Tg.1:27 - “santificar-se e visitar os necessitados.” Portanto, “preparar a noiva” é levá-la (pelo exemplo, 1Pe.5:2) ao arrependimento verdadeiro, separar-se do mundo (santidade) e visitar os necessitados (trabalho-obra-fruto), cumprindo o IDE... (Mt.28:19).

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

 

7 – A vereda Pastoral

 

  • 7.1 Introdução
  • 7.2 A vereda Pastoral é de renúncia e posse
  • 7.3 A vereda Pastoral é de sofrimentos e alegria
  • 7.4 A vereda Pastoral é de perdas e recompensas
  • 7.5 A vereda Pastoral é de humildade e autoridade
  • 7.6 A vereda Pastoral é o mais sublime ofício para o homem.

 

7.1 Introdução

 

            A definição de vereda é: caminho estreito. Essa definição revela o verdadeiro sentido da palavra, quando usada em referência à vida e obra de um Pastor: um caminho estreito. Estreito por ser um caminho de renúncia, sofrimento, perdas e humildade. Todavia, vivendo na fé (Hb. 11:1) e na esperança (Rm.15:13) que no Reino eterno de Jesus, a renúncia (Lc.14:33) dará lugar a posse (Mt.25:34); o sofrimento (Fp.1:29) dará lugar a felicidade (Is.35:10); a perda (Lc.9:24) dará lugar a recompensa (Ap.2:10) e a humildade (Jo.13:13-15) dará

lugar a autoridade (Ap.2:26).

 

7.2 A vereda Pastoral é de renúncia e posse

 

            Em Lucas 14:33 diz: “todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo”. Foi difícil para eu ler este versículo durante muito tempo. Era uma palavra (um alimento) difícil de digerir. Um homem fraco e limitado como eu... Renunciar tudo? Não conseguia aplicá-lo em minha vida. Pois a disparidade da ordem de Jesus para a prática na minha vida era enorme. Todavia, não podendo fugir à verdade (pois ela, a Palavra de Deus, está acima de nossas convenientes interpretações), insisti em ler e procurar entender. Vi então, que aquele que me diz ser necessário renunciar tudo aqui na terra é o mesmo que me oferece infinitamente mais no porvir; e que, à medida que me é revelada a glória futura (Rm.8:18), aquilo que é temporário, valorizado por mim (2Cor.4:18) e me parecia lucro, considero agora, como perda. Perco todas as coisas (renuncio tudo!), considerando-as refugo. Entrego setenta ou oitenta anos, mal vividos nessa terra por uma eternidade gloriosa, inimaginável e imarcescível nos céus. Os que a tudo renunciaram, ouvirão do Rei Jesus: “...vinde benditos de meu Pai, entrai na POSSE do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt.25:34). Renúncia -> Posse.

 

7.3 A vereda Pastoral é de sofrimento e alegria

 

            A vereda Pastoral é o exemplo de uma vida cristã genuína, onde o sofrimento está presente. Em minha opinião, ninguém alcançará o caráter de Cristo sem sofrimento. Particularmente, embora procure amar, não confio num cristão que não sofreu por Cristo e duvido da conversão dos que proclamam: é só vitoria! É só alegria!

            O “deus desse século” (2Cor.4:4), o “príncipe desse mundo” (Jo.16:11) é satanás, sendo assim, o“curso desse mundo” (Ef.2:2) segue seus desígnios, sendo dirigido por ele. Aí vem a pergunta: como pode viver um cristão fiel, dentro desse contexto, sem sofrimento? Vamos a Palavra: “...no mundo tereis aflições” (Jo. 16;33); “todos quantos querem viver piedosamente em Cristo serão perseguidos”(2Tm.3:12); “...através de muitas

 

 

7 – A vereda Pastoral

 

 

  • 7.1 Introdução
  • 7.2 A vereda Pastoral é de renúncia e posse
  • 7.3 A vereda Pastoral é de sofrimentos e alegria
  • 7.4 A vereda Pastoral é de perdas e recompensas
  • 7.5 A vereda Pastoral é de humildade e autoridade
  • 7.6 A vereda Pastoral é o mais sublime ofício para o homem.

 

7.1 Introdução

 

            A definição de vereda é: caminho estreito. Essa definição revela o verdadeiro sentido da palavra, quando usada em referência à vida e obra de um Pastor: um caminho estreito. Estreito por ser um caminho de renúncia, sofrimento, perdas e humildade. Todavia, vivendo na fé (Hb. 11:1) e na esperança (Rm.15:13) que no Reino eterno de Jesus, a renúncia (Lc.14:33) dará lugar a posse (Mt.25:34); o sofrimento (Fp.1:29) dará lugar a felicidade (Is.35:10); a perda (Lc.9:24) dará lugar a recompensa (Ap.2:10) e a humildade (Jo.13:13-15) dará

lugar a autoridade (Ap.2:26).

 

7.2 A vereda Pastoral é de renúncia e posse

 

            Em Lucas 14:33 diz: “todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo”. Foi difícil para eu ler este versículo durante muito tempo. Era uma palavra (um alimento) difícil de digerir. Um homem fraco e limitado como eu... Renunciar tudo? Não conseguia aplicá-lo em minha vida. Pois a disparidade da ordem de Jesus para a prática na minha vida era enorme. Todavia, não podendo fugir à verdade (pois ela, a Palavra de Deus, está acima de nossas convenientes interpretações), insisti em ler e procurar entender. Vi então, que aquele que me diz ser necessário renunciar tudo aqui na terra é o mesmo que me oferece infinitamente mais no porvir; e que, à medida que me é revelada a glória futura (Rm.8:18), aquilo que é temporário, valorizado por mim (2Cor.4:18) e me parecia lucro, considero agora, como perda. Perco todas as coisas (renuncio tudo!), considerando-as refugo. Entrego setenta ou oitenta anos, mal vividos nessa terra por uma eternidade gloriosa, inimaginável e imarcescível nos céus. Os que a tudo renunciaram, ouvirão do Rei Jesus: “...vinde benditos de meu Pai, entrai na POSSE do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt.25:34). Renúncia -> Posse.

 

7.3 A vereda Pastoral é de sofrimento e alegria

 

            A vereda Pastoral é o exemplo de uma vida cristã genuína, onde o sofrimento está presente. Em minha opinião, ninguém alcançará o caráter de Cristo sem sofrimento. Particularmente, embora procure amar, não confio num cristão que não sofreu por Cristo e duvido da conversão dos que proclamam: é só vitoria! É só alegria!

            O “deus desse século” (2Cor.4:4), o “príncipe desse mundo” (Jo.16:11) é satanás, sendo assim, o“curso desse mundo” (Ef.2:2) segue seus desígnios, sendo dirigido por ele. Aí vem a pergunta: como pode viver um cristão fiel, dentro desse contexto, sem sofrimento? Vamos a Palavra: “...no mundo tereis aflições” (Jo. 16;33); “todos quantos querem viver piedosamente em Cristo serão perseguidos”(2Tm.3:12); “...através de muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus” (At.14:22); “porquanto, vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo” (Fp.1:29). O próprio Senhor Jesus sofreu: “embora sendo filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu” (Hb.5:8); “porque para isso sois chamados, pois também Cristo sofreu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais suas pisadas” (1Pd.2:21). Todavia, se há sofrimento haverá também alegria, e que alegria! Um irmão que foi arrebatado diz que o que fazemos (sofremos) nessa terra será multiplicado infinitamente como recompensa nos céus. Atos pequenos nessa terra, em favor de Cristo, terão grande recompensa nos céus. Imagine então, os que sofreram por amor a Cristo?  “Porque para mim, tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente, não podem ser comparados com a glória em nós a ser revelada” (Rm.8:18); “mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis” (1Pd.4:13).

Jesus disse: “assim também vós, agora, tendes tristeza; mas outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém vo-la tirará (Jo.16:22); “os resgatados do Senhor voltarão; e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna coroará as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido” (Is.35:10). Aleluia!

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá – Petrópolis

 

 

 

7 – A vereda Pastoral

 

7.4 A vereda Pastoral é de perdas e recompensas.

 

Jesus disse que para segui-lo era necessário renúncia (Lc.9:23; 14:33), e a consequência de renunciar é perder. Sendo o Pastor modelo, será também aquele que com sua vida demonstrará renúncia e como consequência terá muitas perdas em sua vida. É bom salientar que esta perda vem de renúncia voluntária e não de consequência de pecado ou desleixo. Uma coisa é perder por causa do pecado - “As vossas iniqüidades desviam de vós essas coisas, e os vossos pecados afastam de vós o bem.“ (Jr.5:25) ou por causa da indolência - “Manassés não expulsou os habitantes de Bete-Sea... Tampouco expulsou Efraim os cananeus... Tampouco expulsou Zebulom os moradores de Quitrom...”. (Jz.1:27-30).

A perda pela renúncia voluntária tem recompensa incomparável, gloriosa e eterna; já as demais são consequências de atitudes erradas, “...de Deus não se zomba. O que o homem semear, isso mesmo colherá”. (Gl.6:7).

O mundo (os homens que vivem no curso desse mundo) faz sacrifícios por seus ídolos e desejos. Quando se trata de seus ídolos e desejos tudo é válido. Quando se trata de Deus e seu Reino é loucura. Isto já era de se esperar (do mundo), mas não em nosso meio. Renúncia e perda tornaram-se palavras raras no evangelho que é pregado “em alguns lugares” no meio evangélico. Para o “homem natural” é loucura alguém abandonar seu sonho profissional (que lhe trará prosperidade e prazeres) e fazer uma faculdade de teologia para se tornar um Pastor (um servo). Os “filhos desse mundo” estudam quatro, cinco anos (ou mais) por uma profissão passageira aqui na terra e se orgulham disto. Onde estão os nossos jovens apaixonados por Jesus, para abrirem mão de seus sonhos e se dedicarem à obra de Deus? Deus levante nesta geração os novos Pastores. Pastores que não busquem títulos. Pastores que renunciem. Pastores que percam por amor de Jesus! Para o mundo isto é loucura, (posso entender!) mas para nós, que sabemos que pouco tempo falta para que Jesus Cristo volte para nos buscar, deveria ser algo comum em nosso meio. Deus deseja ver homens e mulheres abandonando seus sonhos e se consagrando à obra de Deus, jovens deixando tudo por amor a Jesus e sua obra; ou não cremos nas Escrituras? Ou não esperamos sua vinda? Vivemos dias de apostasia. O que é efêmero é valorizado, o que é indelével é desprezado. A maioria das pregações que ouço, falam daquilo que (à luz da eternidade) é efêmero. Poucas pregações, hoje em dia, nos levam a uma compreensão do que é efêmero e indelével, nos fazendo desprezar o passageiro e desejar o eterno.

É obvio que podemos servir a Deus na profissão que temos e devemos fazer isto, pois Deus não nos colocou em nosso emprego para ganhar dinheiro, mas para testemunhar. Creio que nos últimos dias (estes que vivemos), jovens deixarão tudo por Jesus!

Pastores são chamados a renunciar e a perder, para dar exemplo para o povo de Deus. Não somos chamados para nos enriquecer com o evangelho ou satisfazer nossos desejos materiais. Paulo disse que fazia TUDO por causa do evangelho, para ganhar alguns. Quem faz tudo por causa do evangelho, faz muito pouco por si mesmo.

Jesus é o maior exemplo de renúncia e perda. Ele desceu das regiões celestiais, abandonou a glória, esvaziando-se para tornar-se homem e servir em obediência até tudo, por amor. Todavia, aquele que a tudo renunciou e que tudo perdeu é o mesmo que reinará sobre tudo e eternamente. Se há renuncia e perda há também recompensa. A recompensa e infinitamente superior a renúncia e a perda: “porque para mim, tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente, não podem ser comparados com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm.8:18). Jesus deu o exemplo aos Pastores e aos que creem e vierem a crer, foi o primeiro, agora é conosco. Você quer seguir o exemplo do Mestre? Vai renunciar como Ele? Vai perder como Ele? Se a resposta é sim, prepare-se para a glória. Pois, se há renúncia e perda, há também recompensa e glória eterna.

 

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá – Petrópolis

7 – A vereda Pastoral

 

7.5 A vereda Pastoral é de humildade e autoridade.

 

O segundo livro que li após minha conversão foi: “Autoridade Espiritual”, Wachtman Nee. Neófito e muito empolgado com o batismo com o Espírito Santo, confundi o título, achando que “Autoridade Espiritual” era a mesma coisa que “poder de Deus - dons – fogo – carisma.” O livro não falava destas coisas (que são importantes e tem o seu lugar na vida espiritual), mas falava sobre autoridade. Autoridade de Deus e autoridade delegada, bem como, da submissão às autoridades. Foi decepcionante para mim no começo e quase desisti de ler o livro. Entretanto, o Espírito Santo de Deus abriu o meu entendimento para este assunto tão importante e necessário. Desde então, fui muito abençoado por entender e praticar. Eu queria poder, dons espirituais; Deus me levou a compreender e buscar autoridade espiritual (sem desprezar os dons espirituais), quando busquei autoridade espiritual, Deus me levou ao caminho da humildade, mais tarde eu entendi o porquê. O caminho (de Deus) para autoridade espiritual é o caminho da humildade.

Vamos definir humildade: a palavra humildade, tem sua origem no grego antigo. A palavra que originou humildade é húmus que significa terra. Este mesmo vocábulo do antigo grego dá origem a palavra homem, humanidade, terra fértil, nascido da terra. Derivada também de humilis que significa literalmente: aquele/aquilo que fica no chão (terra). (fonte: origem das palavras-etimologia-internet). Gosto destas definições, que corroboram com Gn.3:19: “... tu és pó e ao pó tornarás”. Humildade é saber que somos da terra. Quando nos esquecemos disto rapidamente nos ensoberbecemos; como aconteceu com Uzias em 2Cr.26:16, que diz: “mas havendo-se fortificado, exaltou-se o seu coração para sua própria ruína...” Provavelmente Uzias, quando começou a reinar, com seus dezesseis anos, era um jovem humilde, reconhecendo que era húmus, terra, dependente de Deus e das autoridades (Zacarias – o Profeta), reconhecendo que a autoridade vem do alto (de Deus). Mas não “permanecendo” no caminho da humildade, no reconhecimento que é da terra e que o céu domina, perdeu-se e ensoberbeceu-se para sua destruição. O mesmo já havia acontecido com o rei Nabucodonosor que se exaltou e no mesmo instante uma Palavra do céu lhe disse: “Serás tirado dentre os homens, e a tua morada será com os animais do campo; far-te-ão comer erva com os bois, e passar-te-ão sete tempos sobre ti, até que reconheças que o Altíssimo domina sobre o reino dos homens” (Dn.4:25). Deus nos exorta à vigilância quanto à soberba.“A soberba precede a ruína, e altivez de espírito a queda (Pv.16:18). “... Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (Tg.4:6). Costumo dizer que o homem não foi feito para receber glória. O homem não suporta a glória humana que lhe é dirigida. A glória pertence somente a Deus. Todavia, o homem pode e deve buscar autoridade espiritual, pois o próprio Deus deseja dar autoridade espiritual ao homem, para representá-Lo na terra. Ninguém precisa ser grande para representar a Deus, pelo contrário, Deus procura os humildes. A palavra humilde não soa bem aos ouvidos de uma geração “tão evoluída e independente”. Infelizmente no meio “cristão” é da mesma forma. Valorizamos os “grandes” e proclamamos que Deus é o Criador e Sustentador de todas as coisas, mas andamos em gloriamos do que fazemos. Os “pobres de espírito” (humildes), não são pessoas desprezíveis, mas pessoas que têm consciência de sua limitação e necessidade de Deus. Albert Schweitzer (Prêmio Nobel da Paz em 1952, Teólogo, Médico e Missionário na África), assim definiu os humildes: “ser pobre de espírito (humilde), não é ter espírito limitado; os pobres de espírito são aqueles que têm consciência de sua pobreza de espírito e têm sede de riquezas interiores, mais nobres e mais elevadas do que às da terra”. Aos ouvidos de Deus, a palavra humilde é muito valorizada; o próprio Jesus disse: “Bem- aventurados os pobres de espírito porque deles é o reino dos céus” (Mt.5:3).

Em 1Co.4:1, a Palavra de Deus diz que é necessário que os homens nos considerem ministros de Cristo; para tanto, o Senhor quer nos dar autoridade espiritual para pregarmos o Evangelho, agora e no milênio, quando reinarmos com Ele. Todavia, o caminho é o da humildade. É reconhecer que somos humos, terra. Se vivemos é porque Ele (o Criador) soprou em nossas narinas o fôlego de vida (Gn.2:7). Se existimos é porque nossa vida é sustentada por Ele (Ne.9:6; Cl.1:17); e sem Ele nada podemos fazer (Jo.15:5). Humildade nos leva à autoridade e livra os nossos pés da queda.

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá – Petrópolis

7 – A vereda pastoral

7.6 A vereda pastoral é o mais sublime ofício para o homem.

 

A vereda pastoral, ou seja, o trabalho de um pastor é o que de mais sublime o homem pode fazer na Terra. Conduzir “almas” para a eternidade tem um peso de glória imensurável, e, com certeza, nada alegra mais o coração de Deus do que levar um pecador ao arrependimento e consequentemente à vida eterna. Quando falo deste trabalho pastoral, estou falando de pastores que (por amor) cuidam de vidas, discipulando-as individualmente e com zelo; não estou falando da administração da igreja (igreja=denominação), para isto deveríamos ter pessoas capacitadas e não pastores. Nem estou falando dos “grandes” que se enriquecem com o Evangelho. Estou falando daquele que cuida de uma vida com zelo e amor ou daquele que cuida de muitas vidas, todavia, delegando autoridade (aos líderes), para cuidarem de cada um individualmente. O mundo vai desprezar este trabalho e o meio evangélico (já acostumado com as multidões como o mundo), não reconhecerá. Entretanto, você é reconhecido no céu e sua coroa e galardão estão lhe esperando.

 

8 – JESUS – Modelo Pastoral

 

* 8.1 - Introdução

* 8.2 - Jesus - modelo de apóstolo

* 8.3 - Jesus - modelo de profeta

* 8.4 - Jesus - modelo de evangelista

* 8.5 - Jesus - modelo de pastor

* 8.6 - Jesus - modelo de mestre

 

 

 

8.1 – Introdução.

 

Jesus será sempre o modelo a ser seguido para todos os ministérios. Embora nunca tenha almejado o título, Ele foi, com certeza, modelo (na prática) dos ministérios descritos em Efésios 4:11- “... apóstolos,

profetas, evangelistas, pastores e mestres”, deixando exemplo de como exercer todos estes ministérios. Ministério é “um encargo, um serviço”, e quer seja com os dons espirituais relacionados em 1Coríntios 12 ou os ministérios de governo de Efésios 4, é concedido à cada um como um “serviço” em favor da “IGREJA”. Ninguém serviu melhor que Jesus, “porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar

a sua vida em resgate de muitos” (Mt.20:28). Portanto, sejam dons espirituais, seja governo, o objetivo é sempre servir. O que tem isso a ver com ministério pastoral? Tem tudo a ver, pois o pastor, ensina, acima de tudo, os irmãos a servirem em seus dons e ministérios. A Igreja não é lugar de assistir reuniões. Quando dois ou três se reúnem, isto é Igreja, sendo edificada na comunhão dos santos para fortalecimento e aperfeiçoamento de seu serviço (sua missão), aqui na Terra. Creio que por isto, o pastor experimenta, no dia a dia, um pouco de cada ministério, com objetivo de encaminhar os irmãos a conhecerem e exercerem seus ministérios. Todavia, se aperfeiçoando no ministério pastoral. Tendo em vista essas coisas, vamos dar um (breve) esclarecimento de cada ministério.

 

8.2 - Jesus - modelo de apóstolo.

 

A palavra “apóstolo” vem do grego e

significa “enviado”; é aquele que representa quem o enviou. No caso da Igreja, um representante de Deus na Terra. Num sentido mais amplo e prático, vejo o apóstolo como um “enviado” para iniciar trabalhos, como um desbravador na frente abrindo caminho para outros. É aquele que abre as “primeiras portas”, inicia a igreja (igreja=pessoas) em lugares onde não há. O apóstolo ganha as primeiras almas, discípula, ensina os discípulos a guardar (obedecer) o que Jesus mandou (Mt. 28:20); e posteriormente, estabelece líderes em cada local (exemplo: Atos 14:23). Jesus é o maior exemplo de apóstolo (enviado) que podemos ter. Foi enviado (e não por si mesmo) para estabelecer a Igreja na Terra. O fez não por interesses próprios, mas por amor às vidas, por quem derramou seu próprio sangue. Ganhou almas, fazendo-os discípulos obedientes, que se tornaram líderes na Igreja. O pastor, em algum nível é um “apóstolo”, ele visita pessoas, ganha lares, forma grupos (células) e com o tempo estabelece líderes. A diferença para mim é que o “apóstolo” tem uma caminhada mais dinâmica, e o pastor se estabelece em determinadas regiões. Sinto necessidade de destacar que, embora respeite as decisões das “igrejas-institucionais” (e quem sou eu para contrariá-las!), creio que um “apóstolo” não é “apóstolo” porque se autointitula, ou porque algum “grupo” decidiu dar-lhe este título. Jesus (o modelo de apóstolo) foi enviado pelo Pai (1Jo.4:9; Jo.8:42); para fazer a vontade do Pai (Jo. 6:38); e glorificar o Pai (Jo.17:4). Jesus, o maior “apóstolo”, embora sendo Filho, nunca se esqueceu do significado da palavra “apóstolo”: enviado para servir. E, para servir em obediência se esvaziou e se humilhou (Fp.2:7). Buscando, não as multidões, mas os necessitados, andando entre eles; e por muitas vezes sem ter onde reclinar a cabeça, sem ter hora para se alimentar, ou cansado da viagem (Lc. 9:58; Mc.6:31; Jo.4:6). Alguns “apóstolos” de hoje vão às multidões, Jesus ia aos necessitados. Seja pastor, seja apóstolo, não podemos deixar de ser servos para edificar a Igreja e socorrer os necessitados.

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá – Petrópolis

Tópico: Miistério Pastoral

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