O SERVO ESCLARECE:

 

“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo” (Mt.1:18).

 

Este texto contém um dos cernes da mensagem cristã. O nascimento virginal de Jesus é aceito desde os primórdios da fé cristã. Este fato nos conduz a uma das maiores revelações das páginas do Novo Testamento, o fato de Jesus ser o Filho de Deus. Católicos e protestantes acreditam nesta doutrina que é uma das bases da nossa fé. Alguns céticos desta doutrina, afirmam que a palavra “virgem” de Mt.1:23 também poderia ser traduzida por “jovem”. Desta forma, segundo estes, o texto estaria afirmando que Maria era uma jovem e não uma virgem. A questão gira em torno do fato do texto afirmar também que José estava desposado com Maria, o que segundo alguns, seria a prova da vida marital do casal. Em primeiro lugar, o fato deles estarem “desposados”, não significa que eles viviam maritalmente, isto fica evidente quando lemos Deuteronômio 22: 23 e 24, onde mostra que uma virgem, poderia estar desposada. O período que antecedia às núpcias era tão sério que equivalia ao casamento, segundo a Lei judaica. Em segundo lugar, a palavra que pode ser traduzida por jovem e não necessariamente virgem, pode ter a conotação da palavra “moça”, que significa uma jovem casta. O principal ponto, entretanto, é o fato desta doutrina estar permeada nas páginas do Novo Testamento. Esta doutrina não se baseia em uma ou outra palavra grega ou hebraica, ela é antes uma realidade vívida na mente dos escritores neotestamentários.

Ir. Fábio Pereira

Ramá - Petrópolis

“ Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt.11:28-30).

 

Que jugo é este, que Jesus se refere? Existiam dois tipos de jugo muito comuns na época de Jesus. O primeiro era colocado em animais para que eles pudessem realizar algum tipo de serviço, como por exemplo, arar a terra. Este também servia para disciplinar um jovem animal, para que ele pudesse desempenhar bem suas atividades. Para tanto, este jovem animal deveria ser ligado, pelo jugo, a um animal mais experiente e que já fora disciplinado. Para muitos, este era o tipo de jugo que estava na mente de Jesus, quando do seu discurso. Mas este tipo de jugo, só iria fornecer alívio para quem se utiliza dele, se Jesus o colocasse sobre si mesmo também, dividindo assim, o peso a ser carregado.

Jesus poderia estar pensando em outro tipo de jugo. Este outro era composto de uma barra, normalmente de madeira, que era colocada sobre os ombro das pessoas para que estas pudessem levar cargas maiores, que seria impossível serem carregadas de forma convencional. Este tipo de jugo, que nos seria dado por Jesus, bem como sua carga, que se tornava leve, trariam o alívio e descanso que fora prometido pelo Mestre.

Seja como for, por mais que os anos passem os ensinos do Mestre Jesus continuam sendo úteis para trazer alívio e descanso para toda alma cansada.

Ir. Fábio Pereira

Ramá - Petrópolis

O SERVO ESCLARECE:

 

porque, os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis ” (Rm.11:29).

 

  Quantas pessoas (até mesmo eu), já afirmaram que os dons concedidos pelo Espírito Santo aos seus servos (à Igreja) não são perdidos, tendo como base o texto de Rm. 11:29. Entretanto, para fazermos tal afirmação, a partir deste texto, teríamos que desconsiderar todo o contexto.

  Desde o capítulo 9 até o capítulo 11, Paulo está se referindo ao povo de Israel e faz algumas comparações e aplicações em relação à Igreja.       No capítulo 11, Paulo está falando sobre o futuro de Israel. Ele tem o propósito de esclarecer neste texto, sobre o que acontecerá com Israel no futuro. Israel será rejeitado por Deus ou Israel será restaurado pelo Senhor?

  No verso 26a, Paulo afirma que Israel será salvo. “E assim todo o Israel será salvo...” e cita o texto do profeta Isaías (Is. 59:20-21), onde ele afirma que de Sião viria o Libertador e este iria apartar de Jacó (Israel) suas impiedades.

  No verso 28, Paulo afirma qual é o motivo deste ato de Deus. Eles eram eleitos e amados por causa dos patriarcas. Ou seja, por causa das promessas feitas a eles. É neste contexto que ele faz a afirmação do verso 29. “porque, os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis ”. Fica evidente então, que o dom em questão é a dádiva, favor de Deus (baseado em suas promessas) em relação à Israel, que mesmo tendo rejeitado a Deus no passado, será restaurado no futuro; e não uma garantia da permanência de dons sobrenaturais que são dados pelo Espírito Santo.         Assunto este, que nem não foi tratado nos capítulos que citamos.

 

Ir. Fábio Pereira

Ramá - Petrópolis

 

“Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que sois como as sepulturas que não aparecem e os homens que sobre elas andam não o sabem! ”. (Lc.11:44)

           

            A análise  do texto bíblico é uma tarefa importantíssima, pois é através dela  e com o auxílio indispensável do Espírito Santo que poderemos compreender completamente a verdade revelada.

            Em um primeiro momento, um leitor que tem menos conhecimento da cultura e das ordenanças da parte de Deus para com o seu povo Israel, poderia ter dificuldade para entender o que o Cristo queria dizer, ou ainda, interpretar erroneamente o texto em questão.

            Para entender o texto precisamos nos reportar ao texto de Números 19:16 que afirma que: se alguém tocasse em alguma sepultura seria imundo por sete dias. Ou seja, se alguém tivesse algum tipo de contato com um túmulo ficaria cerimonialmente contaminado, não podendo assim oferecer a Deus adoração. Para evitar que alguém se contaminasse passando despercebido em cima de um túmulo, os mesmos eram identificados, às vezes, com cal ou qualquer outra coisa.

            Jesus afirma então, que os religiosos eram como sepulturas que não se podia identificar. Eles eram agentes de contaminação para aqueles que queriam se relacionar com Deus. Eles eram uma armadilha para todos aqueles que os cercavam. A falta de uma motivação correta, acompanhada pela falta de bons exemplos, conduziam o povo a um caminho de contaminação em relação a Deus. 

            Vale ressaltar que esses religiosos poderiam passar despercebidos aos olhos humanos, mas não aos olhos de Deus.                                                         

                               Ir. Fábio Pereira – Ramá - Petrópolis 

“...e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber”. (At.20:35b)

           

            O nosso Senhor Jesus é realmente  inigualável! Seus ensinos vão em direção oposta àquilo que é convencional aos homens decaídos da Graça de Deus. Aqui aprendemos através do nosso amado irmão Lucas, as palavras ditas pelo Senhor Jesus e que estavam sendo repetidas pelo Apóstolo Paulo:“Mais bem aventurado é dar que receber.” Esta verdade deveria ser uma realidade na vida de todo cristão, pois foi uma grande realidade na vida de nosso Senhor. Ele se entregou (se deu) por nós na cruz. Devemos agora nos doar também!

            Talvez você já tenha repetido esta frase várias vezes sem nunca ter percebido que em nenhum lugar dos Evangelhos ou em nenhum outro texto do Novo Testamento  vemos o Mestre citando-a. Por isto há aqueles que questionam se Jesus realmente falou tal frase. Entretanto, o fato de não existir uma narrativa onde Jesus tenha dito a frase em questão, não implica que Ele não a tenha dito. Lembremos das palavras do apóstolo João em relação aos ensinamentos do Senhor: “Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os  livros que seriam escritos”. (Jo.21:25).

            O Senhor Jesus fez e ensinou muitas coisas que foram transmitidas oralmente, o que chamamos de tradição oral e só mais tarde alguns, nem todos, destes ensinamentos foram escritos. Paulo faz aqui uma referência a um destes ensinamentos que não foram registrados como os demais, mas que nem por isto deve ser desacreditado, pois vem da parte de Deus.                                                 

                                           Ir. Fábio  – Ramá - Petrópolis

 

            “Saberão os egípcios que eu sou o SENHOR, quando estender eu a minha mão sobre o Egito, e tirar do meio deles os filhos de Israel.”. (Ex. 7:5 )

            Alguém poderia dizer que no texto que estamos analisando, o Senhor estaria afirmando que após suas ações, os egípcios iriam reconhecer o “senhorio” do Deus de Israel, pois neste texto Ele afirma que é o SENHOR. Até parece, mas esta não é a verdade. Para termos um real entendimento desta passagem teremos que observar o texto em hebraico. O problema está no fato de que a palavra SENHOR que lemos neste texto não está no texto hebraico. Lá se encontra o que chamamos de Tetragrama Divino - יהוה  - que transliterado seria: YHWH ou YHVH, cujo significado pode ser derivado de um verbo que significa: “ser”, “existir”, “tornar-se”, dentre outros. Este tetragrama corresponde ao nome  como Deus se revelou a Moisés e à Israel.

            O que aconteceu foi que algumas versões substituíram o Tetragrama Divino pela palavra SENHOR, e, neste caso, pode trazer dificuldade na hora da interpretação.

            Fica evidente que no texto em análise, o Senhor não está querendo nos ensinar sobre a doutrina do Seu Senhorio através da palavra SENHOR. Ele porém está afirmando que: após executar Seus juízos sobre o Império Egípcio, este iria reconhecer quem era o Deus de Israel. E depois de fazer esta declaração, Deus literalmente assina o Seu nome; afirmando que Ele (YHWH) faria isto e todos saberiam quem Ele é.

            Creio e prego a doutrina do Senhorio de Deus, mas neste texto a palavra SENHOR não está afirmando isto diretamente.

             

      Ir. Fábio Pereira – Ramá - Petrópolis 

 

   

“Oh! Como é bom e agradável  viverem  unidos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes; é como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali ordena o Senhor a sua bênção, e a vida para sempre.”. (Sl.133)

 

            É quase impossível para os cristãos falarem de união sem  lembrarem deste salmo.

            Para muitos este salmo é convidativo para o momento da pipoca ou pizza com guaraná na companhia dos irmãos, pois precisamos estar juntos, afinal é bom e agradável a união dos irmãos! Entretanto, é muito mais do que isto. Vejamos:

            O salmista para falar do valor e do significado da união entre os irmãos se utiliza de duas comparações. Em primeiro lugar ele compara a união dos irmãos com o óleo que fora colocado sobre a cabeça de Arão. Note aqui que este óleo não é aquele utilizado normalmente para agradar um visitante. Este é o óleo da unção, este era utilizado para consagrar o sacerdote para o seu ministério e assim estar apto para reconciliar o pecador com Deus, através de um sacrifício ou oferta.

            A segunda comparação é com o monte Hermom e os montes de Sião. Temos a tendência de achar que a benção seria a aproximação deste, mas, geograficamente falando, eles estão distantes. A questão é que o orvalho proveniente do topo do Hermom, que é tomado de neve, proporciona vida aos montes de Sião.

            A união dos irmãos deve ter este fim: aproximar o outro de Deus e levar vida para este, mesmo estando longe.               

  Ir. Fábio Pereira – Ramá - Petrópolis

 

“Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele”. (Pv. 22:6)

 

Este texto é muito mal compreendido, me faltaria espaço aqui para dissertar sobre o que ele realmente diz. Tratarei então, sobre o que ele NÃO diz.

Este texto está presente na mente de muitos pais cristãos que desejam sinceramente ser bem sucedidos na tarefa de educar seus filhos. Ele tem sido um desafio para estes, pois ele é um texto pedagógico, destinado aos mais experientes. Estes são conclamados a orientar seus pupilos, na esperança de terem seus esforços recompensados. E qual pai não quer isto?

Este texto porém, tem sido usado para repreender pais que “falharam” na educação de seus filhos, quando estes se desviam da igreja. Muitos pais sentem-se frustrados e traumatizados por terem falhado naquilo que seria sua maior responsabilidade. Mas será que este texto se refere a uma garantia de salvação dos filhos, através da boa instrução dos pais?

O problema está em fazer uma interpretação soteriológica (parte da teologia que trata da salvação do homem) do texto. Ele não se propõe a isso. Não diretamente. O texto está relacionado com a instrução do dia a dia e não de salvação da alma. Sabemos que alguém bem instruído terá uma maior possibilidade de êxito em seu caminho, entretanto, isso jamais será uma garantia, pois somos indivíduos únicos e auto-responsáveis.

Ao colocar toda a responsabilidade da salvação de um filho sobre os ombros dos pais, retiramos a mesma dos ombros dos filhos. E isto, Deus jamais faria.

 

Ir. Fábio Pereira – Ramá - Petrópolis

 

Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem...(Jr. 17:5a).

 

            Este versículo tem estado presente nos lábios de muitos irmãos. Quando a decepção em relação a alguém bate à porta, normalmente ouvimos a citação deste texto, como se fosse uma reprovação em relação aquele que não atentou para a Palavra de Deus, confiando em alguém e por isso está sofrendo o castigo, pela desobediência a uma ordem bíblica. Isto tem gerado um certo desconforto dentro da comunidade cristã, pois nos mostra que confiar em alguém é um erro. Desta forma, vemos muitos irmãos se relacionando superficialmente com os demais, até porque, é necessário “vigiar”! Quantos relacionamentos poderiam ser aprofundados e não são por falta de uma aplicação hermenêutica simples em relação ao texto em análise. O texto acima é claro, maldito o homem que confia no homem, entretanto, o problema está em isolarmos a parte “a” do versículo da sua parte “b”. O versículo completo é: “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor.” A parte “b” do versículo nos mostra que o problema não está em confiar em alguém, até porque isto faz parte dos relacionamentos humanos. O problema está em não confiarmos em Deus! E isso fazemos de várias maneiras e uma delas é quando depositamos nossa confiança em pessoas ao invés de esperarmos em Deus. Quando olhamos para alguém e vemos neste a oportunidade de solução de nossos problemas, estamos cometendo o erro do referido versículo. Por isso, aprofunde seus relacionamentos com os irmãos, mas não esqueça que seu socorro vem de Deus!        

                                Ir. Fábio Pereira – Ramá - Petrópolis 

Errais, não compreendendo as Escrituras... Mt.22:29b

“Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça” (2Tm.3:16).

Muitos afirmam que os autores bíblicos foram inspirados por Deus. Vejamos: A palavra grega que foi traduzida como inspirada é: theopneustos, que literalmente significa “soprado por Deus”. Ou seja: toda Escritura foi divinamente soprada por Deus, consequentemente ela possui autoridade divina: para ensinar, repreender, corrigir e instruir. Esta foi a forma que Deus utilizou para deixar sua mensagem registrada aos homens.

Em II Pe. 1:20 e 21 está escrito: “sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo.” Ou seja, as Escrituras formavam um “produto divino”, cujo meio utilizado por Deus fora o homem, e este, foi movido pelo Espírito de Deus para cumprir Seu propósito.

Note que não temos nos textos a ideia de que os homens teriam sido Inspirados por Deus e sim que os textos foram inspirados. Em II Pe. 1:20 e 21, vimos que os homens foram movidos pelo Espírito Santo e não inspirados por Ele. A versão revista e corrigida traz a palavra “inspirados” ao invés de “movidos”, no texto de II Pedro, mas, isto é um erro, pois a palavra grega utilizada é: pherö que significa: produzir, ser conduzido, mover e suportar, dentre outras; mas nunca no sentido de soprado por Deus. Desta forma, devemos ter em mente que Deus moveu os homens a fim de que registrassem as palavras (textos) que foram inspirados por Ele..

Ir. Fábio Pereira - Ramá Petrópolis

“E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles” (Mt. 13:58).

 

Creio na Onipotência de Deus. Este atributo nos mostra que Deus tem todo poder! No capítulo 1 do livro de Gênesis, vemos que Deus fez todas as coisas com o poder de Sua palavra. Sendo Deus Onipotente, como entender o fato que o Senhor Jesus não pôde realizar milagres por causa da falta de fé de alguns? Estaria o poder de Deus limitado à nossa fé? Deus precisa ter ajuda da nossa fé para realizar um milagre? O texto em análise é um fato. Jesus realmente não fez muitos milagres em sua terra natal, por causa da incredulidade dos seus conterrâneos. Parece contraditório afirmarmos que Deus é Onipotente e ao mesmo tempo lermos que Jesus não pôde fazer alguns milagres devido à incredulidade de alguns. Afinal, Deus é ou não Onipotente? Para uma melhor compreensão desta questão, precisamos nos ater a outros textos: o milagre da transformação da água em vinho (Jo. 2), a cura do paralítico do tanque de Betesda (Jo. 5), a ressurreição de Lázaro (Jo. 11) e em outras passagens, vemos que o Senhor Jesus operou maravilhas, sem a necessidade de fé daqueles que foram abençoados. Então,9 como entender Mateus 13:58? Simples; a falta de fé daquelas pessoas lhes tiraram a oportunidade de verem a realização de milagres. A nossa falta de fé nos impede de vermos milagres, mas não impede que Deus possa realizá-los. Deus não está limitado pela nossa incredulidade, nós é que estamos. O fato de Jesus não ter feito muitos milagres em sua terra natal, só demonstra que seus conterrâneos perderam uma grande oportunidade, devido à sua incredulidade, de verem a Glória de Deus.

Ir. Fábio Pereira - Ramá Petrópolis

“Não cai uma folha de uma árvore se Deus não permitir”

 

Creio na soberania de Deus. Este atributo nos mostra que o Senhor Deus tem controle sobre todas as coisas visíveis e invisíveis, isto nos leva a entender que tudo o que acontece, só é possível devido a permissão de Deus. Creio que, se o Senhor não permitisse, o maior dos furacões não conseguiria arrancar uma única folha da mais frágil das árvores. O problema então, não está no fato de crer ou não na soberania de Deus, e sim em se afirmar que o texto em análise está contido na Bíblia; pois ele não está. O texto em questão é mais um desses chavões que, ao longo do tempo, por serem várias vezes utilizados nos púlpitos, passaram a ser citados como sendo integrantes do texto bíblico, sem nunca ter pertencido a ele. Inúmeros pregadores leigos já afirmaram nos púlpitos: “Como diz a Palavra de Deus: Não cai uma folha de uma árvore se Deus não permitir”. Isso acontece porque, na maiorias das vezes, não fazemos como os bereanos, que, após ouvirem a Palavra de Deus, pregada por Paulo e Silas foram examinar as Escrituras, para saberem se realmente o que eles ouviram estava de acordo com os textos Sagrados (At. 17: 10, 11). Devemos, então, observar que, ainda que o referido dito popular não seja bíblico, seu princípio o é. O texto não é bíblico, mas a soberania de Deus que permeia toda a bíblia, é bíblica. Quanto a soberania de Deus e seu cuidado para conosco, vale lembrar das palavras de Jesus: “Não se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem o consentimento do Pai. E quanto a vós outros, até os cabelos todos da cabeça estão contados.

“O Senhor sustém os que vacilam, e apruma todos os prostrados.” (Sl.145:14).

 

Não há nada de errado com o texto acima. O Senhor, verdadeiramente, há milhares de anos tem sustentado e aprumado muitos dos seus filhos que enfrentaram e enfrentam até hoje dificuldades das mais variadas formas. O autor deste Salmo, o rei Davi, sabia muito bem disso, pois este era um fato que ele observava constantemente, até em relação ao seu povo Israel. O problema está na interpretação popular deste versículo, pois, baseado no mesmo, muitos afirmam que: “O cair é do homem e o levantar é de Deus”. À primeira vista, parece que este chavão está correto, mas ele esconde uma falsa doutrina. Comumente, as pessoas se utilizam desta frase para dizer que o Senhor é o responsável por levantar aquele(a) que pecou e que agora está longe da comunhão com Ele. De certa forma isto é uma verdade, mas apenas parte dela. O pecador por si só, sem a ajuda de Deus, jamais se levantaria, contudo, não podemos colocar toda a responsabilidade da restauração deste, em Deus. É cômodo responsabilizar a Deus pela nossa restauração. Alguns chegam ao cúmulo de dizer: “Se Deus quiser, Ele me restaura”. Frases como esta, querem eximir o pecador de sua responsabilidade nesta obra de restauração. Observando os versos 18, 19 e 20 do Salmo 145, vemos algumas características que o salmista registra que contribuíam para uma restauração. São elas: prática da oração (v.18); temor ao Senhor (v.19) e amor pelo Senhor (v. 20).

Deus sempre fará a parte Dele, mas nós teremos que fazer a nossa.

 

Ir. Fábio Pereira - Ramá Petrópolis

 

 

O SERVO ESCLARECE:

 

“Verdade é que alguns pregam a Cristo até por inveja e contenda, mas outros o fazem de boa mente; estes por amor, sabendo que fui posto para defesa do Evangelho; mas aqueles por contenda anunciam a Cristo, não sinceramente, julgando suscitar aflição às minhas prisões. Mas que importa? Contanto que, de toda maneira, ou por pretexto ou de verdade, Cristo seja anunciado, nisto me regozijo, sim, e me regozijarei” (Fp.1:15-18).

 

Alguns erroneamente usam este texto para afirmarem que nenhum cristão deve denunciar erros doutrinários em qualquer denominação, pois, o importante é pregar. Estes afirmam que os pregadores “rivais” de Paulo eram os judaizantes ou os gnósticos, e Paulo não se importou com isso. Não creio, de forma alguma, nesta interpretação, pois é nítido o combate que Paulo travou com esses grupos em vários textos de suas cartas.

Este texto revela a pureza da motivação que o Apóstolo Paulo tinha em relação a proclamação das verdades do Evangelho. Paulo estava preso em Roma, e mesmo assim, continuava pregando o Evangelho. Alguns, no entanto, estavam livres, mas pregavam com motivações erradas, tais como: inveja, contenta e por pretexto. Esses pregadores viam Paulo como um concorrente que deveria ser vencido. Era uma “santa” disputa ministerial, que demonstrava a falta de maturidade daqueles pregadores. Paulo entretanto, não se importava, pois se alegrava no fato de Cristo estar sendo pregado, mesmo sendo por motivação errada. E note bem, eles estavam pregando o Evangelho de Cristo e não heresias, como muitos nos dia de hoje, pois estas, Paulo combatia sempre!

Ir. Fábio Pereira - Ramá Petrópolis

“Nenhum dos homens que, tendo visto a minha glória e os prodígios que fiz no Egito e no deserto, e todavia me puseram à prova já dez vezes e não obedeceram à minha voz, nenhum deles verá a terra que com juramento prometi a seus pais, sim, nenhum daqueles que a desprezaram a verá.” (Nm.14:22, 23).

 

Esta passagem nos mostra um momento muito triste da história do povo de Israel. Devido a incredulidade do povo em relação a tomada da terra de Canaã Nm. 13:31-33 e Nm.14:1 e 2. O Senhor declara que eles não entrariam na terra prometida. E nos versos 33 e 34 do capítulo 14, o Senhor afirma que a entrada em Canaã só seria feita 40 anos depois, até que os cadáveres deles se consumissem no deserto. Por causa desta palavra, muitos, erroneamente afirmam que o Senhor esperou uma nova geração nascer e crescer no deserto para que estes tomassem posse da terra; e nenhum daqueles que saíram do Egito entraram em Canaã, senão Josué e Calebe, os dois espias que foram fiéis ao Senhor. Mas não foi isso que o Senhor disse. Normalmente observamos o versículos 22 e 23 do capítulo 14, que é o nosso texto em análise, contudo esquecemos do verso 29 do mesmo capítulo que diz: “Neste deserto cairão os vossos cadáveres, como também todos os que foram contados segundo o censo, de vinte anos para cima, os que dentre vós contra mim murmurastes.” O texto é bem claro: os jovens, com menos de vinte anos, não foram punidos pelo Senhor e por quê? Porque não tinham completados a maioridade, de forma que nem para a guerra eles poderiam ir. Estes, e não só Josué e Calebe entraram na terra prometida, juntamente com seus filhos que nasceram no deserto. .

Ir. Fábio Pereira- Ramá Petrópolis

Errais, não compreendendo as Escrituras... Mt.22:29b

“Sucedeu, pois que, havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja porção dobrada do teu espírito sobre mim” (2 Rs. 2:9).

Provavelmente você já ouviu algum pregador dizer algo parecido com: “Quantos aqui querem receber a porção dobrada do espírito de Elias e assim poder realizar o dobro das obras que ele fez?” O problema é que a dita porção dobrada, nada tem haver com a idéia de dobro de poder. Precisamos entender a cultura dos hebreus para melhor compreendermos o texto. Vejamos: A porção dobrada, era uma referência ao direito de primogenitura, bem conhecido dos hebreus (Dt.21:17). O filho primogênito tinha por direito receber como herança o dobro que seus irmãos receberiam, salvo quando o primogênito fosse filho de uma concubina, como no caso de Isaque e Ismael. Quando Eliseu pede a porção dobrada do espírito de Elias, era essa concepção que ele tinha em mente, e não o dobro do poder de Elias. Afinal de contas, é lógico que ninguém pode dar o que não possui, pois como Elias daria o dobro do que ele possuía? Eliseu já tinha sido escolhido como sucessor do ministério profético de Elias (1 Rs.19:16), e ele sabia o quanto era árdua essa tarefa, pois já o acompanhava durante algum tempo. Ser o substituto de Elias, era uma coisa; mas ter a autoridade e o poder espiritual que Elias possuía era outra coisa bem diferente. Sabedor disto, Eliseu agiu como um “herdeiro espiritual legal” de Elias e pediu então como herança espiritual o poder sobrenatural da parte de Deus que agia em Elias.

Ir. Fábio Pereira

Ramá – Petrópolis

“Mas, como está escrito: As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.” (I Co.2:9).

 

Creio na realidade do “Céu”, uma dimensão espiritual paralela ao nosso mundo físico, e aguardo anciosamente o dia em que estarei lá, junto com meu Deus! O grande problema aqui é que este texto não se refere ao “céu” como normalmente se ouve pregar. Paulo está fazendo uma citação livre do texto do Livro de Isaías 64:4, e por isso, não devemos nos ater ao contexto de Isaías para compreendermos o que Deus quer nos falar através do apóstolo Paulo, devemos sim, analisar o contexto de I Co. 2. Vejamos:

Paulo no início do capítulo afirma que quando pregou aos Coríntios não se utilizou de sabedoria humana ou de ostentação de linguagem (v.1), ele tinha disposto em seu coração pregar a Jesus Cristo, e este crucificado (v.2) e sua pregação seria baseada em demonstração do Espírito e em poder (v.4), para que a fé dos Coríntios não se firmasse em sabedoria humana e sim no poder de Deus (v.5). No verso 6 ele afirma que utilizou sabedoria entre os experimentados, isto é, aos maduros. Entretanto, não a sabedoria deste século, ou seja, deste mundo. Ele afirma no verso 7 que se utilizou da sabedoria de Deus em mistério, que estava oculta, mas que tinha sido pré-ordenada desde a eternidade, e isso, para a nossa glória. No verso 8 ele afirma que esta sabedoria não tinha sido conhecida pelos poderosos deste século, pois se eles a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da Glória. Neste momento então, ele cita o verso 9 que é o nosso texto em análise, afirmando que ninguém tinha compreensão daquilo que Deus tinha preparado para aqueles que o amam. Observe agora o verso 10, Paulo aqui nos afirma que aquilo que tinha sido preparado por Deus, já tinha sido revelado pelo Espírito. Note então, que ele não está se referindo a algo que virá no futuro e sim de algo que já aconteceu. Então, o que foi preparado por Deus de tão maravilhoso que seria para a nossa glória e que estava oculto e agora já está revelado pelo Espírito? A salvação de nossas almas, através do sacrifício de Cristo Jesus na cruz do Calvário. Paulo no verso 12 afirma que nós temos recebido o Espírito de Deus para que conheçamos o que nos fora dado gratuitamente por Deus. E como o apóstolo escreveu, se os poderosos deste mundo tivessem tido essa revelação, jamais teriam sacrificado o Senhor Jesus.

A nossa salvação através de Cristo é um plano tão extraordinário que não podíamos imaginar, ou seja: nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou no coração do homem, “um plano tão maravilhoso”, que Deus tinha preparado para aqueles que O amam.

Ir. Fábio Pereira

Ramá -Petrópolis

 

Errais, não compreendendo as Escrituras... Mt. 22:29b

“o qual também nos capacitou para sermos ministros dum novo pacto, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica”. (II Cor. 3:6).

 

Quantas vezes nos púlpitos ou numa conversa informal ouvi este versículo sendo utilizado para afirmar que o muito estudar, fosse da Bíblia ou da teologia, era algo prejudicial para a saúde espiritual. Assim sendo, deveríamos nos ater somente as revelações do Espírito e não em estudos mais aprofundados. Entretanto, o texto não afirma tal coisa. Vejamos o contexto: Paulo está afirmando que Deus, (veja o final do vrs. 5) os tinha capacitado para serem ministros de um novo pacto ou aliança, e esta não se firmava na “letra” e sim no “espírito”. A “letra” em questão se refere a Lei do antigo pacto que Deus fizera com Israel. Por isso Paulo a partir do vrs. 7 se refere a glória que se desvanecia no rosto de Moisés quando de sua aproximação a presença de Deus, que se manifestava no monte Sinai. Paulo afirma que existia uma glória no ministério da “letra” ou seja da Lei, mas essa não era comparável com a glória do ministério do espírito, veja os versos 8, 9, 10. O ministério do espírito é o novo pacto que Deus fez com os homens através da morte de Jesus na cruz em nosso lugar. Paulo afirma que a glória do ministério da “letra” se desvanecia enquanto que a glória do ministério do espírito é permanente (vrs. 11). Paulo no livro de Atos no cap. 13 e vrs. 38 e 39, afirma que a fé em Cristo Jesus (nova aliança), poderia justificar os “judeus” de todas as coisas das quais a Lei de Moisés não podia. Por isso a “letra”(ministério da Lei) mata, mas o “espírito”(ministério do novo pacto) vivifica

Ir. Fábio Pereira – Ramá -Petrópolis

“Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com

toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, procurando diligentemente guardar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef. 4:1-3).

 

Tenho prazer em ouvir um novo ponto de vista sobre a análise e interpretação de um texto bíblico. Outro dia alguém me disse que o “suportar” deste texto estava relacionado com “dar suporte” e não o “tolerar” o irmão. Como gosto do assunto, corri para o texto em grego. Deparei-me com a palavra άνεχόμενοι, que quer dizer: “tolerar”. Em alguns dicionários encontrei outra palavra άνέχομαι que quer dizer: “suportar, aguentar, perseverar, tolerar.”

Analisando o contexto, observamos que o Apóstolo Paulo estava nos exortando a guardarmos a “unidade do Espírito no vínculo da paz.” O que não é muito fácil, devido nossa natureza humana. Mas o amor deve ser o instrumento utilizado para tolerarmos as fraquezas uns dos outros, a fim de alcançarmos tão elevado objetivo.

Admiro o fato da Bíblia não esconder as limitações e fragilidades humanas de seus “heróis”. Alguém já disse que os servos do Senhor são “santos com pés de barro!” Quantos homens chamados por Deus tiveram suas virtudes e seus pecados revelados nas Escrituras: Abraão, Jacó, Davi, Salomão, Pedro, dentre outros. Homens que como você e eu cometeram erros e acertos, e a Bíblia não encobriu um ou outro. Para mim, isso dá credibilidade às Escrituras, ao invés de depreciá-la. Então, suportemos uns aos outros em amor!!!

Ir. Fábio Pereira – Ramá -Petrópolis

A morte e a vida estão no poder da língua;” (Pv.18:21a)

 

Infelizmente, na história da Igreja observamos que muitos cristãos se deixam influenciar por modismos. Os mais antigos na fé certamente lembram do “frenesi” causado pela teologia da bênção e maldição. Quantos não utilizaram o texto acima para afirmarem que suas palavras tinham o “poder” místico de matar ou poupar uma pessoa. Contudo, este texto nada tem haver com isso. Vejamos o contexto: Vários versículos deste capítulo se referem ao cuidado que devemos ter com as palavras, dentre eles: versos 2,4,6,7, e 13. Agora observe os dois versos anteriores ao verso 21. O verso 19 afirma que um irmão ofendido resiste mais que uma fortaleza e suas contendas são ferrolhos dum castelo; ou seja um irmão ofendido se fecha em si, tornando-se assim impenetrável para com aquele que o ofendeu. O verso 20 nos afirma que o coração, ou seja, o nosso interior, é satisfeito com os frutos da boca, quer dizer, com aquilo que os lábios produzem, como afirma a parte final do versículo. Sendo assim, devemos ter cuidado com as palavras que sairão de nossa boca, pois elas alimentarão o nosso “ventre”. É nesse contexto que surge o verso 21, que diz: “A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto”. Note que a parte final do verso, nos afirma que o indivíduo que souber usar bem a sua língua terá sua recompensa. Conclusão: Este texto não fala de um poder “sobrenatural” emanado através das palavras de alguém, e sim, do cuidado que devemos ter com as palavras que são ministradas na vida de outros, pois estas terão consequências em nós mesmos. Então, cuidado com a língua!

Errais, não compreendendo as Escrituras.

“Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, vos deitarão no regaço; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também ”.(Lc. 6:38)

É muito comum ouvirmos esse versículo nos momentos de “dízimos” e “ofertas” em várias igrejas, principalmente naquelas onde os “atos proféticos” ou as “campanhas” são realizadas geralmente em torno de dinheiro. Muitos afirmam que esse texto declara que: se você der dinheiro para a “igreja”, Deus vai te dar muito mais! Contudo esse texto nada tem haver com “dar dinheiro para a igreja”. Vejamos o contexto.

Nos versículos anteriores Jesus fala sobre: a lei da não resistência (v.29), generosidade (v.30 e 34), forma de tratamento com outras pessoas (v. 31), amor (v.32 e 35), misericórdia (v. 36), julgamento - ao meu ver, do tipo discriminatório e condenatório – e perdão (v.37). Nesse momento, então, ele declara o verso 38 que é a nossa matéria de análise. Note que os versículos anteriores falam sobre relacionamentos interpessoais, e o versículo 38 não foge ao contexto. Jesus está afirmando sobre a necessidade de termos liberalidade para com as pessoas e nos mostra que agindo assim, essas pessoas influenciadas pela nossa atitude iriam iniciar um processo de liberalidade em suas vidas também e isso chegaria ao ponto de praticarem a mesma atitude para com aqueles que as ensinaram tão grande lição.

É maravilhoso saber que a Igreja primitiva aprendeu tão precioso ensino, como nos mostra o próprio Lucas no livro de Atos no capítulo 4 e versículo 32 que diz:

“Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía: tudo porém lhes era comum.”

Errais, não compreendendo as escrituras

O Servo Esclarece

“Jesus, porém, lhe respondeu: Ninguém que tendo posto a mão no arado e olha para trás é apto para o reino de Deus”.(Lc. 9:62)

 

Muitos ao lerem este texto se orgulham por se acharem “aptos” ao Reino de Deus, pois nunca tiraram a mão do arado e “retornaram” para o mundo. Entretanto, não é sobre isto que o texto está falando. Do vers. 57 ao 62, Jesus dialoga com 3 pessoas diferentes. O 1º queria seguí-Lo (v. 57), e ouve de Jesus que a caminhada com Ele não era nada fácil, não tinha conforto (v. 58). Jesus convida o 2° a seguí-Lo, ele, porém, queria primeiro cumprir seus deveres familiares (v. 59), mas Jesus lhe mostra a urgência do chamado (v.60). O 3º afirmou que seguiria a Jesus, mas primeiro resolveria problemas particulares, então Jesus diz: “Ninguém que tendo posto a mão no arado e olha para trás é apto para o reino de Deus” (v.62). O texto de Mt 8:21 chama o 2º homem de: “outro dos discípulos”, ou seja, provavelmente esses homens já faziam parte do círculo de seguidores de Jesus e estavam sendo convocados para estarem mais próximo do Mestre em sua atividade missionária. Acredito que a resposta de Jesus ao 1º discípulo tenha feito os outros dois colocarem “o chamado” em segundo plano. A questão, então, não é nunca ter “saído da igreja” e sim não querer um nível maior de comprometimento com Deus e sua obra. São estes que não estão aptos ao Reino de Deus!

Errais, não compreendendo as escrituras

“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” (Ap. 3:20)

 

Muitos pensam que o texto acima fala sobre o convite que Deus está fazendo ao “coração” do pecador que nunca O reconheceu como Senhor e Salvador. Isso porque, em geral, a maioria não observa o contexto dele.

O Ap. João, foi orientado por Jesus através de visão, para escrever uma palavra à Igreja de Laodicéia. Veja o verso 14 parte “a”: “Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve:...”. Por mais estranho que seja, esta palavra não foi escrita para o perdido fora da Igreja, e sim para os perdidos que estão dentro Dela!

A cena aqui em questão é muito triste, pois Cristo morreu no lugar da humanidade pecadora afim de ter um novo relacionamento com ela, para torná-la sua noiva (a Igreja), e aqui Ele estava apelando para que ela abrisse as portas para recebê-Lo. A parte “a” do verso 17 nos mostra o motivo da apostasia deles: “Porquanto dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta;”, entretanto a parte “b” do mesmo verso nos mostra a real situação deles diante do Senhor: “e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;”.

Esta era uma palavra de arrependimento para a Igreja como vemos no verso 19: “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois zeloso, e arrepende-te”.

Cabe a cada um de nós analizarmos nossa postura como Igreja do Senhor. Pois o alerta já foi feito no verso 22:

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”.

O Servo esclarece

Disse Jesus: eu venci o mundo, e vós também vencereis!!!

Quantas vezes você já ouviu essa frase? Tenho certeza que muitas. Talvez você mesmo já à tenha utilizado quer no púlpito ou no dia a dia. Ao nos depararmos com esta frase temos em mente que nossa “vitória”, ou “salvação” estão garantidas, pois neste texto Jesus teria dito que Ele venceu, e nos também venceremos! O problema é que Jesus nunca disse tal coisa. A última parte da frase nunca saiu dos lábios do Mestre. Ela é fruto de interpretações populares que ao longo dos anos foram tidas como parte integrante do texto bíblico, sem nunca ter pertencido a ele.

Esse texto em seu contexto, fala de esperança, da possibilidade de vitória Nele (Jesus), bem como fala de lutas, dificuldades que fariam parte da vida de seus seguidores. Entretanto, eles nunca deveriam esquecer que seu Mestre venceu o mundo e através Dele, eles “poderiam” vencer também, pois como o Mestre disse:

Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” (Jo. 16:33)

 

Errais, não compreendendo as Escrituras...

“Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso, e do pecado que tenazmente nos rodeia, corramos com perseverança a carreira que nos está proposta.” (Hb. 12:1)

Alguns irmãos ao falarem da necessidade de darmos bom testemunho para o mundo, frequentemente se utilizam do texto acima, pois, segundo eles, “nós estamos rodeados de uma grande nuvem de testemunhas”, que estão nos observando. Estas testemunhas seriam todos aqueles que não se entregaram para Deus e precisam de uma referência para se aproximar Dele.

Entretanto, esta interpretação está equivocada, pois estas testemunhas são os heróis da fé do capítulo anterior: Abel, Enoque, Noé, Abraão, dentre outros. Estes personagens viveram em obediência a Deus, enfrentaram suas dificuldades e se manteram fiéis ao Senhor. Seus exemplos nos cercam e nos motivam a continuarmos firmes na fé independente das lutas que enfrentarmos, pois se eles venceram, nós também poderemos vencer!!!

 

Errais, não compreendendo as Escrituras... Mt. 22:29b

O Servo Esclarece

 

Normalmente em dezembro devido a comemoração do Natal vemos presépios montados em diversos lugares, assim como, em algumas igrejas, onde é comum fazerem encenações do nascimento de Jesus. Geralmente observamos a presença de José, Maria e o menino Jesus juntos com os magos (chamados de reis e em número de três) e os pastores. Entretanto, esta cena nunca aconteceu. Primeiro: em nenhum lugar na Bíblia se afirma que os magos eram três e muito menos reis (veja Mt. 2:1). Segundo: Em Lc. 2:16 relata o encontro dos pastores com a Sagrada Família no lugar onde o menino nasceu, numa manjedoura (estábulo), contudo, em Mt. 2:11 está escrito que os magos entraram numa casa onde estava o menino, ou seja, os magos encontraram o menino em outro lugar diferente do que os pastores o encontraram, e em um período diferente também, no mínimo 40 dias (tempo de purificação de Maria segundo a lei. Lv.12:2-4), pois em Lc. 2:21-24 relata a purificação de Maria e a oferta que foi feita era típica de pobres Lv. 12:6-8. Mostrando assim que a família ainda não tinha recebido os tesouros oferecidos pelos magos que foram ouro, incenso e mirra, como descrito em Mt. 2:11. Desta forma, a imagem que vemos da Sagrada Família, junto com os magos e pastores simultaneamente, nunca aconteceu!

Errais, não compreendendo as Escrituras... Mt. 22:29b

O SERVO ESCLARECE:

Inúmeros pregadores, quer pastores ou leigos, afirmam que o diabo veio para roubar, matar e destruir; e utilizam o texto de João 10:10 para justificar tal posição, pois nele está escrito: “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir...”. O problema porém, é que este texto não fala do diabo, o ladrão em questão está implícito no verso 8 do mesmo texto que diz: “Todos os que vieram antes de mim são ladrões e salteadores....”. Quem são estes ladrões e salteadores? São os falsos mestres, falsos profetas que afirmavam ter o verdadeiro ensinamento de Deus. Entendemos que estes desejos maléficos estão também presentes em Satanás, contudo não podemos afirmar que este texto fale sobre ele.

Errais, não compreendendo as Escrituras...( Mt. 22:29b)

 

O SERVO ESCLARECE:

 

Muitos afirmam que Jesus é a “rosa de Sarom” e o “lírio dos vales” devido o texto em Cantares de Salomão 2:1 que diz: “Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales”. Entretanto, é fácil constatar através da observação do contexto que: quem afirmou ser a “a rosa de Sarom, e o lírio dos vales”, foi a Sulamita e não Salomão. Se quisermos, então, fazer uma analogia deste livro como sendo o relacionamento entre Cristo e a Sua Igreja, chegaremos a conclusão que a rosa de Sarom e o lírio dos vales é a Igreja e não Jesus!

                                                       "Errais, não compreendendo as Escrituras..". Mt. 22:29b

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