Crente ou Discípulo ?

 

 

Introdução: crente ou discípulo? Convertido ou convencido? Nascido de novo ou “melhorado”? Progredindo ou retrocedendo? Pastores que dão a vida pelas ovelhas ou usam a vida das ovelhas para obter fama e lucro? Pastores que se parecem com Jesus ou pastores “estrelas” que se parecem com os grandes do mundo? Denominação que busca a unidade da Igreja ou busca a glória do seu “reino”? Essas são perguntas que faço à luz da revelação do Espírito Santo e acho que todos deveriam fazer. Somos homens sujeitos a fraquezas e enganos; como diz a Palavra: "o homem por mais firme que esteja, é pura vaidade" sendo assim, é necessário nos submetermos a uma avaliação do Espírito, de líderes espirituais, da Igreja.

Conheço muita gente nos templos que não têm certeza da sua Salvação, não sabem se à luz da revelação do Espírito estão progredindo ou retrocedendo. Vivem de culto em culto, campanha em campanha, congresso em congresso, mas na realidade não sabem para onde vão. Faça essas perguntas para algumas pessoas, elas podem até responder positivamente, mas depois peça-as para definir entre o que foi perguntado e as bases de suas respostas. A maioria não tem bases para as respostas. Algum líder diz: você é salvo, é um vitorioso; e a pessoa sai repetindo como um papagaio: sou salvo, sou vitorioso. No primeiro ataque de Satanás, virá a dúvida, porque não conhece o plano de Salvação, não sabe como a sua vitória foi conquistada, o porquê Deus lhe deu vitória ou para que aquela vitória.

Há um versículo na Bíblia que eu gosto muito e deveria ser praticado por todos nós, Gen. 24:63 "saíra Isaque a meditar no campo ao cair da tarde", nosso irmão Isaque entendia que há um Criador e Sustentador de todas as coisas que é perfeito em todos os seus caminhos, e que ele precisa estar em sintonia com a vontade deste Ser tão tremendo que conhece inclusive o futuro; e assim não seria enganado pelo seu próprio coração. Isaque refletia, avaliava seus caminhos de acordo com o Espírito como diz a Escritura: "reconhece-o em todos os teus caminhos e Ele endireitará as tuas veredas".

Os sofismas de líderes mal intencionados são fracos, e às vezes ridículos, mas por que tantas pessoas são engodadas por esses argumentos? Por dois motivos: coração corrompido, que buscam as bençãos e não o Doador das bençãos e, "não saem a meditar no campo", ou seja, acreditam em tudo que ouvem.

Nós pretendemos fazer uma avaliação pela comparação. Esse método foi usado por Deus em várias situações, por exemplo: quando exortou Caim a refletir sobre o que fez e como seria se agisse corretamente, ou quando disse para o povo refletir o que era melhor, servir a Deus ou aos reinos da terra (2Cr. 12:8), ou quando disse ao povo para refletir e decidir quem era Deus: Baal ou o Senhor. Disso falaremos mais a frente pormenorizadamente.

 

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá - Petrópolis  

 

Crente ou discípulo?  Parte 1

 

Mateus 28:19 diz: “Fazei crentes”? Ou fazei discípulos? O que Jesus ordenou? É claro que foi fazer discípulos. Todavia, estamos (como Igreja), desobedecendo a Deus. Uns o fazem porque são lobos mal intencionados querendo obter lucro com a verdade. Eles usam de todos os artifícios possíveis para atrair o maior número de pessoas, pois assim, de uma só vez angariam a admiração e o dinheiro dos incautos; não cuidando (discipulando) ninguém. Aos tais está guardada a negridão das trevas. Outros porém, o fazem porque assim foram ensinados (gerados). A gestação e os primeiros dias de vida são essenciais a criança. Uma boa gestação e um alimento adequado (colostro = leite materno) serão percebidos na criança durante toda sua vida.

Paulo afirmou: “meus filhos, por quem de novo sofro as dores de parto até ser Cristo formado em vós". Deus deseja que todos sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade (I Tm. 2:4). Para esses irmãos sinceros, Deus quer revelar a verdade.

O números de “crentes” aumentou muito e com isso a construção de grandes templos. O povo evangélico está achando que isso é muito bom, pois sendo muitos e tendo grandes templos, teoricamente, vamos influenciar o País. Entretanto, não é com o número de pessoas, nem com grandes “pregadores” e grandes “catedrais” que vamos influenciar nossa nação. O mundo (e seus grandes) aproveitam as multidões que são reunidas para apoio político e lucro. Até as grandes gravadoras já viram isso, e fazem “grandes shows” evangélicos. O mundo não mais nos odeia, ao contrário do que disse Jesus: “se o mundo vos odeia sabei que primeiro que a vós outros me odiou a mim” (Jo. 15:18). E o apóstolo João também afirmou: “não vos maravilheis se o mundo vos odeia” (I Jo. 3:13). O mundo gosta de “crentes”, pois o príncipe desse mundo é crente: “crês tu que Deus é um só? Fazes bem; até os demônios creem e tremem” (Tg. 2:19). Precisamos urgentemente fazer discípulos. Quando digo urgentemente, é por causa da necessidade, não por causa do tempo, pois um discípulo não é feito da “noite para o dia”, leva tempo e dedicação. Na próxima edição de “O servo” vamos definir um pouco mais o que é ser um crente e o que é ser um discípulo.

 

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá - Petrópolis

Crente ou discípulo?

Parte 3

 

O crente gosta de receber. O objetivo do crente ao ir ao culto (programações) é sempre "buscar a benção". Poucos, na verdade, vão para dar culto a Deus. Quando dão ofertas, tempo ou qualquer outra coisa, o fazem com o intuito de receber mais do que estão dando. A intenção não está correta, e Deus julgará não só os atos, mas a intenção com que se pratica os atos. (1 Cor. 4:5).

O discípulo entende que o que fazemos para Deus deve proceder de "negar a si mesmo e levar a cruz (morte)”. Não devemos fazer o que queremos, como e quando queremos. Abaixo transcreveremos uma Palavra ministrada pelo Ir. Anderson (Dida), a esse respeito.

 Pr. Luis Henrique S. F. Carius

 Ramá – Petrópolis

 

Oferta: Assunto Espiritual ( Mal 3:6-9)

Deus condena o roubo tanto nos dízimos como nas ofertas (v. 8).

Em Gn. 22:1-2 Deus põe Abraão à prova pedindo-lhe uma “oferta”.

A oferta demonstra nosso temor a Deus, pois no v. 12, Ele diz a Abraão: “ agora sei que temes a Deus...”. Essa

confirmação de temor é dada pelo fato de Abraão dar ao Senhor a oferta exigida por Ele.

Oferta demonstra amor e para ser aceita deve ser feita com dedicação.

Em Gn. 4:3-7 vemos a maneira com que Caim ofertou e a dedicação de Abel ao ofertar, um pegou algo e deu para Deus, o outro escolheu o melhor. Este foi aceito!

Uma oferta só é aceita quando ela custa alguma coisa. Dê a Deus algo que te faça falta, pois do contrário será sobra, e Ele não precisa de esmolas.

Crente ou discípulo?

Parte 4

 

Há em Mateus 28:19 uma ordem: “fazer discípulos”. Nós temos meditado sobre a ordem dada a todos os cristãos: ide... e fazei discípulos, só que, nós (Igreja) estamos falhando na compreensão e na prática desta ordem. Primeiro falhamos no “ide”, pois não vamos, pelo contrário, convidamos pessoas a virem para o templo, fazendo-os (indiretamente) entender que o Cristianismo é vivido nos templos, ou melhor, “assistido” nos templos, assim é o crente. O discípulo entende que o “ide” tem uma importância crucial no evangelho. Quem recebe o evangelho em seu domicílio terá a consciência e a responsabilidade de vivê-lo ali, sendo sal e luz para os que o cercam (Mt. 5:13; 5:14). Quem acostuma com o templo (o crente), dificilmente produzirá frutos, pois aprende nos templos a receber do “evangelho”, e não praticar o “evangelho”. Fica então o alerta: João 15:1 - “eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor, todo ramo que, estando em mim, não der fruto, Ele o corta; mas o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda”. Mt. 3:10 - “ já está posto o machado a raiz das árvores, toda árvore pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada ao fogo”. Mt. 25:30 - “o servo inútil, lançai-o fora nas trevas, alí haverá choro e ranger de dentes”. Rm. 11:21 - “se Deus não poupou os ramos naturais, também não te poupará”.

 

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá – Petrópolis

 

Crente ou discípulo?

 

Vamos recapitular: crente é o que crê, ele acredita em um Deus e ponto. Crente não procura conhecer a Deus, conhecer a Sua vontade e obedecer; ele crê e quer alguma vantagem porque creu; como se por ele crer, Deus lhe deva algo. Discípulo é o que reconhece um mestre e quer aprender, ficando atento às palavras e atitudes de seu mestre. O discípulo embora tenha suas necessidades supridas pelo seu mestre, não busca bênçãos, ele procura ser como seu mestre foi e andar como ele andou.

Três coisas diferem o crente do discípulo:

 

1 – ORAÇÃO

Crente gosta de receber orações (principalmente em campanhas), ele quer receber as bênçãos já “embaladas”, só abrir e desfrutar, e quando ora, quase sempre é por si mesmo, oração de petição ou lamento. Discípulo entende a necessidade da oração, pois através dela tem comunhão com o Pai. Deus usa as orações dos santos para fazer sua obra na terra. A intercessão para o discípulo é um ministério pelo qual Deus abençoa e livra as pessoas do mal, e até do juízo. Moisés intercedeu pelo povo, Deus estava decidido a matá-los e a intercessão os livrou.

Lembro-me agora da época que servi ao Exército e fui atirador de elite. Eu tinha um fuzil com uma mira especial e ficava nas situações de conflito longe da tropa. Eu subia em algum prédio alto, ou coisa parecida para ter uma boa visão do que estava acontecendo e era o responsável por identificar o inimigo e eliminá-lo. Foi uma experiência interessante que mais tarde vivi no Senhor. Certa vez Deus me acordou durante a noite, lembrou-me de meu irmão que morava em outra cidade e não era do Senhor e me fez orar a noite quase toda por ele. No dia seguinte procurei saber se algo havia acontecido, mas não consegui contato e nenhuma notícia chegou. Uma semana depois recebemos um jornal em que meu irmão (que era policial militar) nos enviou dizendo que alguém invadiu o lugar onde ele trabalhava e sem nada falar apontou a arma para ele e atirou, a munição falhou. Entendi que naquela noite tinha sido usado como atirador de elite, através da oração. Meu irmão, se você é um discípulo também é um atirador de elite, quem nesse momento está correndo perigo, quem precisa de sua ajuda? Jesus nos deu o exemplo: “Ele se retirava para lugares solitários e orava” (Lc. 5:16) “Tendo-se levantado alta madrugada, saiu foi para um lugar deserto e orava” (Mc. 1:35).

 

2 - LEITURA DA PALAVRA

Crente gosta de ouvir pregações. Seria muito bom se não gostasse das pregações dos “grandes e famosos”, que falam o que eles querem ouvir e não o que precisam ouvir. O crente não se submete à Palavra, ele tenta usá-la em benefício próprio, quando está com uma dificuldade, cita versículos fora do contexto, bem como jargões evangélicos, por exemplo: “tudo posso naquele que me fortalece”, “é só vitória”, etc. Um ministro da Palavra que fala a verdade dificilmente terá fama. Primeiro: ele mesmo fugirá da multidão; segundo: a multidão não quer ouvir a verdade. “Haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina, pelo contrário cercar-se-ão de mestres segundo a sua nos ouvidos, e recusam dar ouvidos a verdade, entregando-se à fábulas” (2 Tm. 4:3). Ouvir as pregações do seu líder e, se Deus dirigir, de alguns outros poucos líderes, é lícito, mas a ênfase aqui é ao alimento diário. “Eis que vos farei descer pão do céu e o povo sairá e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu ponha a prova, se anda na minha lei ou não” (Ex.16:4). Você pode de vez em quando comer um churrasco ou participar de um almoço especial, mas são suas refeições diárias que lhe dão vida. O discípulo entende essa necessidade e lê, medita, “rumina”, decora, cita versículos diariamente. “Estas palavras que te ordeno estão em teu coração e tu as inculcarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa e andando pelo caminho e ao deitar-se e ao levantar-se” (Dt 6:6). “Essa palavra não é para vós outros coisa vã antes é a vossa vida”.(Dt 32:47)

 

3 – SANTIDADE

Crente gosta de ser reconhecido pelo mundo, e por isso se mistura. O crente não é mais odiado como Jesus disse: “Se o mundo vos odeia, sabei que primeiro que a vós outros, me odiou a mim”. (Jo. 15:18). “Não vos maravilheis se o mundo vos odeia” (1 Jo. 3:13). “Ai de vós quando todos vos louvarem” (Lc. 6:26). Hoje, o mundo “bate palmas” para os crentes. O “gospel” lhes rende milhões de reais. Todavia, isso vai acabar, a perseguição está às portas e Deus fará distinção entre trevas e luz, entre o que serve a Deus e o que não serve. O discípulo entende isso, deixa o mundo e as coisas do mundo e procura ser um com seus irmãos (o corpo de Cristo), mesmo que isso lhe custe o ódio do mundo. “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos, pois que sociedade pode haver entre a justiça e a injustiça, ou que comunhão da luz com as trevas, ou que harmonia entre Cristo e o maligno, ou que união do crente com o incrédulo?” (2 Cor. 6:14). “Se não desapossar de diante de vós os moradores dessa terra, então os que deixardes ficar serão como espinhos nos vossos olhos e aguilhões nas vossas ilhargas” (Nm. 33:55).

 

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá – Petrópolis

Crente ou Discípulo ?

 

 

Na 1ª parte desta série de Estudos Bíblicos, citei o versículo que está sempre em meu coração: “Saíra Isaque a meditar no campo ao cair da tarde” (Gn. 24:63). Abraão, que era um homem rico, deixou tudo o que tinha para Isaque, seu filho. Isaque, todavia, foi sábio como seu pai, pois embora tivesse muitos bens, não colocou o coração nos mesmos. “Se as vossas riquezas prosperam, não ponhais nelas o coração” (Sl. 62:10). “Onde estiver o teu tesouro, aí estará o teu coração” (Mt. 6:21).

Isaque tinha muitos afazeres, mas separava tempo para meditar. Ele corria perigo de ser levado pelas “coisas do dia-a-dia”. Ele entendia duas coisas importantes: 1ª) Sabia que tudo que tinha, vinha de Deus e Ele era quem podia conservar aquilo que lhe havia dado. Portanto, estar em comunhão com Deus era necessário;

2ª) Sabia que o “homem por mais firme que esteja é pura vaidade” (Sl. 39:5) e se desvia da verdade e do plano perfeito de Deus se não vigiar.

Sabiamente, separava tempo para meditar. O objetivo deste estudo era para que os irmãos aprendessem a meditar através do método de comparação. Como ser um crente e um discípulo, o povo evangélico de hoje e a Igreja primitiva, Jesus e os apóstolos e os pregadores de hoje.

Ser apenas crente (que crê somente), como Satanás ou ser um discípulo que crê e obedece (Hb 5:8).

Deus tem o desejo que todos sejam salvos, mas também que alcancem o pleno conhecimento da verdade. Não é só crer, é conhecer e prosseguir em conhecer (Os. 6:3), para obedecer e se tornar um servo, um discípulo.

Falamos também sobre dar e receber,

o crente é estimulado a se tornar um egoísta buscando benção para si. O discípulo entende que: “mas bem-aventurado é dar do que receber” (At. 20:35)

Falamos da diferença do crente que vai para os templos assistir reuniões e se torna alguém “prestes a ser vomitado da boca do Senhor” (Ap. 3:16) e do discípulo que quer dar fruto cumprindo a ordem do Senhor para ser e fazer discípulos.

E na última edição, falamos da prática dos crentes que têm muitas atividades religiosas como congressos, campanhas, entretenimentos, etc, e do discípulo que prioriza a oração, a leitura da Palavra e a santidade.

Vou terminar com um alerta para todos nós: “todos os caminhos do homem são puros aos seus próprios olhos” (Pv. 16:2). “Há aqueles que são puros aos seus próprios olhos, e jamais foram lavados da sua imundícia” (Pv. 30:12). “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?” (Jr. 17:9).

Medite: o que você pensa, o que você faz, onde investe seu dinheiro (na eternidade ou aqui na terra)? Você pensa nas coisas do alto? (Cl. 3:1). Ou vive pensando no que fará aqui na terra? Você espera o novo Reino ou quer viver neste aqui, onde Satanás é o “Deus deste século” e “ Príncipe deste mundo”? Você pensa em preparar sua vida para ir estar com Deus ou vive pensando em casa, carro, festas? Será que o seu coração está lhe enganando? Fazendo você querer viver aqui e investir neste mundo? Observe a Palavra: “não atentando nós nas coisas que se vêem, mas sim nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, enquanto as que se não vêem são eternas” (II Cor. 4:18). “O tempo se abrevia, o que nos resta e que, os que são casados, sejam como se não o fossem, os que choram como se não chorassem, os que se alegram, como se não se alegrassem, como se nada possuíssem, os que se utilizam deste mundo, como se dele não usassem, pois a aparência desse mundo passa” (I Cor. 7:29-31).

O crente estimulado pelas pregações de hoje quer investir e viver aqui, o discípulo abre mão desta vida pela eternidade. “Quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á, quem perder a vida por minha causa salvá-la-á” (Mt. 16:25).

Crente ou discípulo? O que você quer ser?

 

Pr. Luis Henrique S. F. Carius

Ramá – Petrópolis

 

Tópico: Crente ou Discípulo ?

Data: 02/10/2014

De: anderson

Assunto: fé e obra

Realmente só teremos a nossa fé em ação se praticarmos boas obras.

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