Presunção X Expectativa da Fé

Presunsão X Expectativa da Fé            

                                                                         

Um dos assuntos mais palpitantes da vida cristã e que inclusive encerra a grande diferença entre um cristão e outro é exatamente este, de se conhecer o fator motivador das nossas ações. O que nos move é a vaidade, conforme Salomão nos ensina ou é o Espírito Santo, atuando em nós pela fé? Quem pode discernir isto? Ou podemos nós julgar as pessoas de acordo com o seu fator motivador? Está em nós asseverarmos que uma pessoa é cheia de fé? Ou podemos discernir que ela é cheia de si, movida pela vaidade? (Ecl.1:2)

É evidente que os frutos testificam da natureza da árvore. Mas quem pode avaliar com certeza o valor dos frutos que um ministério produz? Em um lugar nós vemos conversões ao Evangelho e alegria espiritual. Em outro ministério vemos um grande número de pessoas congregadas. E muitos gostando daquilo. Poderemos então afirmar que um fruto é melhor do que o outro? Segundo o Mestre, o fruto que tem valor é o que permanece (Jo.15:16). O que significa permanecer? Quanto tempo temos que esperar para avaliar os resultados do ministério de um obreiro ou pastor?

De fato este é um assunto sério e que envolve muita subjetividade e depende de discernimento e de olhos espirituais. Há muitas igrejas e ministérios que estão “fazendo muito sucesso”. Embora possamos não atribuir valor aos frutos ali gerados, no entanto outras pessoas o farão. E o conceito de sucesso quem atribui? Será a mídia, o número de pessoas ali atraídas, a satisfação pessoal delas ou a crítica de uma autoridade? Se afirmarmos que o fruto gerado naquele ministério, embora abundante, é contaminado e motivado por fogo estranho (Lv.10:1,1), quem nos ouvirá? É verdade que no mundo atual “a propaganda parece ser a alma do negócio”, inclusive do negócio religioso. Muita publicidade atesta sucesso e atrai sucesso. Influencia muitas pessoas e atribui valor. E é o que a maioria julga.

Os olhos de Deus, entretanto, vêem toda a nossa religiosidade de forma muito diferente da nossa. Deus pode estar olhando todo esse sucesso religioso de alguns grupos apenas como “fogo estranho” e motivo de ira (Is.1:11-17). Eu creio mesmo que grande parte do sucesso evangélico de nosso tempo, bem como do fruto por ele produzido não passa de “fogo estranho” e fruto de presunção, não tendo valor algum à luz da eternidade. São obreiros que se aprovam a si mesmos (2Co.10:18), fazem propaganda do seu ministério e agem por mera presunção. Afinal, precisam dela para “convencer” os seus ouvintes, de quem sairão os seus altos ganhos e riquezas. São os que se enriquecem com o Evangelho. Mas e quando Deus os julgar? Bem, isso será só no futuro. E o que importa agora para eles é aproveitar o dia de hoje. Afinal, comamos e bebamos (hoje), porque amanhã morreremos (1Co.15:32).

O pior de tudo é que esses lobos “evangélicos”, por meio de sua presunção, arrogância e poder de convencimento carnal, o que não tem nada da fé verdadeira, que tem fundamento (Hb.11:1), carreiam, por sua publicidade, multidões atrás de si, os quais enredam e os tornam duas vezes mais filhos do inferno que eles mesmos (2Pe.2:18-21).

O alerta está dado. Embora não possamos passar a limpo este assunto agora, porque envolve juízo (que nos é proibido pelo Senhor Jesus-(Mt.7:1), devemos alertar a todos à nossa volta (Hb.10:25), para não virem a ter um estado de imundícia aos olhos de Deus pior do que quando não eram crentes (2Pe.3:21). É a situação desses que da presunção. Foram atrás da publicidade religiosa. E seu futuro na eternidade é pior do que o dos incrédulos.

Pr. Érico R. Bussinger

Ramá – Niterói

Tópico: Presunção X Expectativa da Fé

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