Palavra de Reflexão

8 ou 80

Vivemos num mundo flexível. Por flexível entenda “relativo”, “depende de”. Nada é absoluto por aqui, pois os absolutos variam de cultura para cultura. Com isso quero dizer que o que é certo num lugar pode ser errado em outro. Bem, vamos pensar um pouco sobre isso. Se o relativismo é um fato, o certo deixa de ser certo e o errado deixa de ser errado, pois se faço o errado num lugar onde o errado é considerado certo, poderei ser julgado e condenado pelo meu erro? Por exemplo, um antigo costume esquimó estabelece a cortesia de se oferecer a mulher para dormir com a visita masculina que pernoitará na casa, em outros lugares isso jamais seria aceito sob nenhuma hipótese. Você emprestaria sua mulher para a visita masculina que vem passar o final de semana na sua casa?

Além da cultura geográfica criamos a nossa própria cultura, o que chamo de Cultura Pessoal, cultura que as Escrituras chamam de “seguir o próprio coração”. Cada um de nós forma sua opinião, e segundo um filósofo grego, sábio, que estudei sobre quando estava no seminário, mas não lembro seu nome, disse que “quem tem opinião nada possui, visto que a opinião não está fundamentada na investigação”. Diante desta afirmação, descobri que em vez de eu ter uma opinião acerca de algo, devo

fundamentar uma tese, que é fruto de profunda investigação, raciocínio lógico com suas conclusões. É claro que toda tese admite discussão, aprendemos isso com Hegel, mas algumas coisas simplesmente são como são, ou 8 ou 80. Não admitem discussão, não se adaptam às relatividades culturais geográficas, tampouco à Cultura Pessoal, que é baseada numa escolha de fé e caminho centrada em si mesmo. Ouvi o profeta Jeremias dizer pelo Espírito de Deus que o coração humano excede toda a corrupção e engano existente em qualquer outra coisa no Universo.

Homens gastam horas na frente de uma tela de muitas polegadas vendo seus programas prediletos em 3 D. Outros navegam, ou melhor, afundam na Rede Mundial que interliga milhões de computadores em todo o globo; enfim, cada um no seu caminho, no seu mundinho, cada um na sua cultura, “cada um no seu quadrado”. São incapazes, porém, de se ocuparem com os temas mais importantes da existência humana, àquelas perguntinhas que nos são inatas e mais cedo ou mais tarde aflorarão: “De onde vim?” “Por que estou aqui?” “Qual o meu propósito existencial?” “Para onde vou?”.

Se você sempre quer a verdade, embora absoluta, por que vive no relativismo? Por que advoga a favor de si mesmo usando argumentos (desculpas) que nem mesmo você aceitaria? Por que não se rende logo a Deus, já que sabes que ele é tua origem e caminhas pelo Seu Reino e pela Sua justiça. Por que não abandonas teus conceitos infundados e perscruta a Verdade do Reino? Por que não desligar teu

televisor/computador/celular/etc, e procura inteirar-te no que realmente vale a vida?

Seremos julgados não pelo que cremos, mas pelo que Deus crê. Seremos reputados como justos ou injustos não pelo conceito que temos de certo e errado, mas pelas Leis Absolutas do Reino de Deus. Não poderemos nos desculpar perante Sua Majestade dizendo que éramos indoutos e, portanto inocentes. Jamais poderemos negar que só existe um (1) certo e um (1) errado. É “8” ou “80”.

Pr. Arthur Costa

Missão Apostólica Rhema – Petrópolis – RJ