Remédio eficaz

 

“Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos;  e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (2Tm.4:1-4).

 

            O ap. Paulo está dando instruções finais ao seu filho na fé e discípulo, Timóteo, que agora está cuidando da igreja em Éfeso. No texto acima, ele incentiva  Timóteo a ser um mordomo do Reino e um Embaixador de Cristo; a servir a tempo e fora de tempo.

            Ele também diz que: “... haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas.” Podemos presumir aqui que Timóteo está sendo alertado quanto à sua motivação, a não esperar que muitos ouvissem o evangelho de bom grado. Mas a Palavra do Senhor atravessou os séculos e hoje ela continua cortando como a Espada da Verdade que é.

            É comum que nós como seres humanos e autônomos façamos nossas próprias escolhas: que tipo de roupa vestir, que tipo de universidade cursar, que tipo de comida comer, etc... Também é comum que dentro deste contexto de escolhas queiramos  somente aquilo que nos faz bem e supra nossas necessidades.

            Hoje vivemos uma explosão de sugestões que tentam nos “ajudar” nessas escolhas, com base em padrões estabelecidos pela sociedade e propaganda. Mas é o Senhor quem sabe o que realmente nos faz bem e isto é o evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é a soma de tudo o que verdadeiramente importa e é o verdadeiro remédio para a nossa doença mais grave: o pecado. Mas o evangelho não é algo que simplesmente podemos nos dar o luxo de escolher e sim é o que necessitamos urgentemente. É um remédio amargo e doloroso, mas que nos traz saúde eterna. E é aí que mora o problema relacionado com o texto acima, pois somos seres guiados pelas vontades. E também nós, seres humanos, temos horror a dor, isso faz parte da nossa natureza. Para nos livrarmos dela fazemos qualquer coisa. Isto porque a dor rouba de nós a atenção e bloqueia a nossa percepção em relação àquilo que está acontecendo conosco de fato.

            O evangelho na verdade dói, mas ele  nos faz uma cirurgia profunda e trata o nosso mal na origem. É o único tratamento eficaz contra o câncer do pecado. E nunca podemos deixar de nos submetermos ao seu tratamento ainda que continue doendo. Porém o Senhor não nos obriga a este tratamento, mas faz questão de que uma vez  iniciado o tratamento, nos submetamos a ele por completo.

            Não podemos querer somente a parte indolor do processo, ainda que outros estejam oferecendo novidades que não vão curar, mas apenas trazer alívio, sem tratar a raiz do mal e sem que nos cure por completo. Devemos continuar nos submetendo a sã doutrina e não nos incomodarmos com a “coceira nos ouvidos” e não dar atenção a apelos de soluções confortáveis, rápidas e que nunca tratará o mal como ele deve ser tratado para que haja cura.

Ir. Jorge Luíz