Os Dois Evangelhos

 

“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego”. (Rm. 1:16)

 

O Evangelho de Jesus Cristo é a boa nova de grande alegria. Nisto eu acredito, prego e ensino dentro desta perspectiva. Dentro de minha limitação, observo que o Evangelho se transformou em algo voltado para o homem, e Jesus Cristo deixou de ser o centro, a razão de ser o Evangelho. Por isso, fiz questão de intitular esta pequena reflexão de Os Dois Evangelhos. O do homem e de Jesus Cristo. Que paralelos podemos traçar para estes seguimentos?

Em primeiro lugar, o evangelho dos homens preconiza as bênçãos materiais e o Evangelho de Jesus a transformação pessoal. Muitos hoje querem as bênçãos de Deus, mas não querem o Deus das bênçãos. Deus hoje virou marionete nas mãos dos homens. Não se enfatiza mais a transformação pessoal, o ser uma nova criatura em Cristo Jesus. Ser nova criatura é permitir que a vida de Jesus seja cada dia mais evidente em nossa natureza caída e degenerada pelo pecado. É a cada dia mortificar o “eu” para abrirmos espaço para Jesus.

Em segundo lugar, o evangelho dos homens enfatiza fenômenos espirituais e o Evangelho de Jesus a fé genuína. O que é fé? O autor de Hebreus nos diz: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem” (Hb. 11:1). A expressão no grego para firme fundamento é garantia inabalável. Isso significa que a fé não está baseada em fenômenos externos, mas na Pessoa de Jesus Cristo. Ele é a nossa garantia inabalável o nosso porto seguro.

Em terceiro lugar, o evangelho dos homens convoca pessoas para a prosperidade e o Evangelho de Jesus Cristo ao discipulado. Ser discípulo de Jesus é reproduzir na vida o caráter de Cristo. Este é o nosso maior desafio nesta sociedade pós- moderna. Mostrar que viver com Cristo e andar como Ele andou é significativo e relevante. Ser discípulo de Jesus Cristo não significa andar e viver alienado ao que está em nossa volta, é estar inserido na arte, na cultura, na política, no esporte, apontando Jesus Cristo e o seu Reino.

Para finalizar, o evangelho dos homens aponta o poder como alternativa de vida e o Evangelho de Jesus Cristo para amor e o serviço. Muitos pregadores afirmam que o crente é cabeça e não cauda, e por isso tem que sempre chegar ao poder. Jesus nos ensina que quem quiser ser grande deve se humilhar, deve servir e acima de tudo, amar. Como diz o hino do Cantor Cristão: “No Serviço do Meu Rei eu Sou Feliz”. Com isto não quero dizer que Deus não possa nos abençoar e nos dar prosperidade. O que quero dizer que isto não é prioridade no Evangelho de Jesus. Por quê? O Senhor quer cuidar de nós.

Que Deus nos ajude a cada dia vivermos o Evangelho da Graça de Deus em Cristo Jesus.

Pr. José Manuel Monteiro Junior

Igreja Batista do Paiva – Vl. Lage – S.Gonçalo - RJ