De que lado estamos?

 

Com o passar do tempo, as coisas vão se modificando na sociedade. Valores e princípios que tínhamos até então como parâmetro já perderam o seu significado. Essa projeção também se aplica ao meio evangélico. Se formos sinceros, vamos diagnosticar algo terrível. Nós nos perdemos. Não digo no sentido de termos perdido a salvação em Cristo Jesus, mas, nos perdemos no que diz respeito a como estamos caminhando na vida cristã.

Digo isto porque o caminho do discipulado foi deixado de lado, digo isto porque o caminho da renúncia e abnegação já não é mais pregado em nossos arraiais. Digo isto porque não estamos tendo mensagens de confrontação com o pecado, arrependimento e mudança radical de vida. Radical, talvez ao ler esta palavra você diga: Isso não cabe mais neste mundo pós-moderno. Mas, quando sento e medito nas Sagradas letras, é isso que vejo! “Aquele que põe a mão no arado e olha para traz, não é digno de mim”. “Negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. “Ninguém pode servir a dois senhores” etc.

Em detrimento a isto, o que ouvimos e vemos é uma proclamação do evangelho voltada para o homem, e seus interesses egoístas. O indivíduo busca ao Senhor e a Igreja de Deus para conseguir algum benefício e nega a vida comunitária onde um é abençoado pelo outro através dos relacionamentos de mutualidade. O importante não é aquilo que Deus pode fazer por nós, mas o que Ele quer fazer em nós!

Fora ao que foi relatado, encontramos crentes dizendo “Deus me falou”, “Deus me mostrou” ou coisas do gênero, mas, estes mesmos não estão ligados no choro do filho que clama por um pouco de atenção, da esposa ou do esposo que quer ser amado (a), ou do irmão em Cristo que suplica por alguém que possa estar ao seu lado em oração para obter de Deus o alívio de sua carga.

Em busca de um sucesso aparente no círculo cristão, nós, de alguma forma nos desviamos da centralidade da Bíblia. A pergunta que encima este editorial se faz pertinente: De que lado estamos? Do evangelho voltado pra si ou do discipulado, abnegação, arrependimento, confissão de pecados?

Que na busca de uma espiritualidade sadia e perene, possamos voltar a seguir o que é bíblico.

 

Pr. José Manuel Monteiro Junior

Igreja Batista do Paiva – Vl. Lage – S.Gonçalo - RJ

Tópico: De que lado estamos

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