O jornal O servo entrevista nesta edição, a Irª. Cleusa de Fátima – Ramá - Niterói.

 

O servo: Sabemos que a irmã passou por uma enfermidade muito grave. Qual foi o diagnóstico?

 

Irª. Cleusa: Comecei sentir muitas dores abdominais, fui fazer alguns exames: endoscopia, colonoscopia e não acusou nada. Quando fiz a ultrassonografia acusou um líquido na barriga. Então, fiz uma consulta no hospital e pelos exames a médica deduziu que era câncer, mas não me falou. Fiquei alguns dias internada, os médicos chamaram minha família para dar a notícia: eu estava com um enorme câncer no útero. Sendo que, na noite anterior à visita da minha família, o Senhor falou comigo que eu veria o que Ele iria fazer e que Ele estava no controle.

 

O servo: Como a irmã recebeu a notícia?

 

Irª. Cleusa: Mesmo antes de ir para o hospital disse que independente de qual fosse a notícia eu não iria murmurar, que iria louvar e que o Senhor estaria no controle da minha vida, com tem estado até aqui. Eu não esperava que fosse câncer, achei que era algum medicamento que tinha tomado e me feito mal. Mas, Deus me preparou, usou o médico com todo carinho para me falar que o líquido era maligno e que havia um tumor no meu útero. Chorei, mas Deus me deu Graça e me confortou e pude confortar minha família. Eles não queriam que falasse que era câncer, mas eu disse que pra mim câncer é simplesmente uma palavra, e, Deus tinha dito que estaria comigo. Uma coisa eu aprendi com o Senhor: não murmurar, a louvá-Lo em tudo e por tudo, a ser grata. No início não vai ser fácil, mas aos poucos a gente vai aprendendo. No início, às vezes, até é da boca pra fora, com muito choro, com muita lágrima, mas depois é de coração. A gente aprende, porque vamos vendo o agir, o mover de Deus nas circunstâncias, então vale a pena adorar. Não procurar entender, no momento a gente não entende, mas a gente louva, adora, porque Deus sabe o que faz.

 

O servo: Como foi o tratamento?

 

Irª. Cleusa: O médico passou algumas sessões de quimioterapia. A primeira sessão foi muito difícil; mas foi quando entendi o que é passar pelo vale e o Senhor passar com a gente, como diz o versículo. Quando eu achei que não fosse suportar as dores no corpo todo, vômitos, diarréia, não tinha posição na cama; eu clamei ao Senhor e Ele estendeu a mão e me tirou do vale. A primeira sessão de quimioterapia trouxe ótimos resultados no combate ao câncer e o médico ficou espantado, dizendo que foi além das expectativas (o que me deu a entender que eles estavam sem muita esperança). Durante o tratamento eu sabia que não poderia pegar um resfriado, nem qualquer outro tipo de doença porque a imunidade fica muito baixa. Em tudo Deus cuidou de mim, não tive nenhuma outra enfermidade. Deus também usou irmãos da Comunidade para me ajudar em todas as áreas: com a alimentação, pois não tinha fome e até a tomar banho. Por isso, agradeço a Deus pelo cuidado tanto dos profissionais do hospital quanto dos irmãos da Comunidade.

O câncer era grande, tomou toda a região do útero, com a quimioterapia ele reduziu até o tamanho de um limão. Os médicos então, marcaram a cirurgia, operei e Graças a Deus, estou ótima.

 

O servo: A irmã tem alguma experiência que queira nos contar

 

Irª. Cleusa: Na noite em que o Senhor disse que eu veria o que Ele iria fazer; havia uma senhora internada, minha companheira de quarto, estava passando muito mal. Eu já estava falando de Jesus para ela, evangelizando-a; e, nessa noite, ela se rendeu aos pés do Senhor. Hoje cuido dela, ligo e já fui visitá-la. Ela continua firme com o Senhor. Deixou o cigarro, mas continua na luta com a enfermidade. Tive a oportunidade de falar com seus familiares, falei sobre a necessdiade de confiar em Deus, pois eu já passei por aquela situação.

Outra experiência interessante aconteceu quando um grupo de irmãos que estavam evangelizando no hospital vieram até a mim e compartilharam o Salmo 46. Fiquei muito feliz, pois foi através deste Salmo que me converti há muitos anos atrás. Tenho em minha memória o versículo 10 que diz: “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra”.

 

O servo: O que a irmã aprendeu com essa experiência?

 

Irª. Cleusa: Eu entendi o que Deus fez e por isso eu O louvo. Eu não colocava o Senhor como prioridade em minha vida. Eu era escrava do trabalho, que sempre estava em primeiro lugar, e as coisas do Senhor em segundo plano. Hoje não, esse tempo que estou me tratando, não tenho perdido oportunidade de falar para jovens, para aqueles que estão ao meu lado que o Senhor deve estar em primeiro lugar. A gente não tem que dar só dízimos e ofertas, mas dar as primícias na leitura bíblica diária, na oração, no testemunhar do Senhor, e ser luz para aqueles que estão ao nosso lado.

 

O servo: Deixe uma palavra para quem esteja passando por uma situação parecida.

 

Irª. Cleusa: Não se desespere, confie no Senhor, se humilhe diante Dele, reconheça que é um pecador e diga: - Eis-me aqui! Nesses momentos, por nos acharmos muito “bonzinhos”, nos revoltamos contra Deus. Não se revolte, diga: - Senhor, eu sou pecador e careço de Ti, estou em Tuas mãos, faça da minha vida o que quiseres.

E o mais importante: não murmure, louve e adore ao Senhor!