Rafael Fercher    

Tempos atrás eu gostava muito de rock, drogas e coisas do tipo, que não é difícil de gostar. Eu tinha um monza vermelho com um pentagrama invertido colado no vidro de trás e um 666 no vidro da frente, queria “tirar onda”! O meu programa de sábado à noite era ir para o centro da cidade encontrar com colegas e beber o máximo de “cana” que eu poderia aguentar, com a mala do carro aberta, escutava um rock bem alto ou ir ao cemitério beber cachaça, conversar e fumar maconha, e no domingo ir para Itaipava jogar bola, “encher a cara” e subir “tirando racha” com outros carros na estrada. Não bati, nem morri por misericórdia de Deus!

            Tempos depois, conheci a Priscila, acho que ela era mais louca do que eu, para vocês terem idéia a 1ª vez que nos encontramos foi assim: encontrei um amigo na cidade e resolvemos ir no bar do Tchê, em Corrêas, depois chegou vários amigos e a Priscila. Então saimos em um total de 8 pessoas no monza! E lá nos conhecemos. Retornamos e fomos ao cemitério fumar maconha, depois fomos no mercado comprar cana, em seguida, subimos em cima da Catedral, pagando meia garrafa de Dreher para o vigia, um passeio bem romântico, né?

            Íamos vivendo assim, algumas pessoas perguntavam: - Você acredita em Deus? Eu cheio de orgulho dizia: - Eu acredito em mim, eu era o meu deus. Que pena! Um completo ignorante, e algumas pessoas ainda falavam que eu era uma boa pessoa, só porque eu trabalhava e estudava. Os jovens que andavam com a gente falavam que queriam ser como nós.

            Aí tivemos o Ícaro, e nem por isso paramos com a “zoeira”, 2 horas da manhã, eu, Priscila e alguns colegas bebendo em um bar e o Ícaro com seus 4 meses assistindo a tudo, no carrinho. Hoje eu penso: - Que absurdo! Mas as pessoas achavam muito “manero”, mas levar uma criança a um culto, acham um exagero. Vai entender, né?

            E pouco tempo depois, Deus começou a apertar, minha mãe ficou doente, teve que ser operada. Fiquei muito mal, precisava de algo que meu orgulho não poderia me dar. Eu precisava de um apoio, aí me apresentaram uma tal senhora da conceição, pedi a ela e nada, para outros santos e nada, pensei: Deus, se tu és Deus, cura minha mãe. Hoje quando chego em casa, tomo café com ela quase todos os dias! Aleluia!

            E aquilo me deixou “encucado”, mas continuei na sujeira. Pouco depois a Priscila voltou para a Igreja, eu pensei: - Perdi minha mulher, falei com ela: - Se tu quer ir, tu vai, mas não me aborrece não, e também não quero um monte de crente aqui em casa!

            Mas quando Deus quer, não tem jeito, pouco tempo depois estava eu indo na célula na casa da Helena, onde conheci o Dida e tive a oportunidade de esclarecer algumas dúvidas e rever meus conceitos, na verdade pré-conceitos, de que crente é ignorante, e por isso criavam um deus para responder as suas perguntas e se acharem especiais, enquanto na verdade eu é que  fazia isso comigo mesmo. É impressionante como às vezes somos o que mais detestamos.

            Aí fui convidado para ir em um Retiro, pensei: Tá maluco! Pleno carnaval e eu num retiro? E no dia da saída do ônibus estava eu lá. E, chegando no sítio, tive muitas lutas, quis vir embora, o que para mim seria normal. E Deus conduziu tudo exatamente como deveria ser, e até um vídeo com o Prof. Adauto Lourenço, Deus proveu-me mostrando um crente muito inteligente, explicando como é impossível a teoria da evolução, a qual eu acreditava, e foi lá mesmo que eu fui batizado. Ainda estou muito longe daquilo que Deus quer para mim, mas estou mais perto do que há 3 ou 4 anos atrás.

            Ir. Rafael Fercher Guizellini

Petrópolis-RJ

Tópico: Ir. Rafael (petropolis)

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