Irmã Juliana

Testemunho

Há 8 anos atrás, parecia que meu mundo estava desabando: meu pai faleceu; meu marido me deixou, após 14 anos juntos; e ainda, fui demitida do hospital em que eu trabalhava. Fiquei apenas com minha filha.

Atrás do apartamento em que morávamos, tinha uma igreja evangélica, e todos os dias, na hora do jantar, ficávamos ouvindo as músicas que estavam sendo ensaiadas, e muitas vezes íamos até à janela para ouvir melhor. Um dia, resolvemos ir até lá. Fomos muito bem recebidas; e voltamos lá, algumas vezes.

Três meses depois, conheci um rapaz que dizia ter conhecido meu pai; e que ele o havia ajudado muito, e que se eu precisasse de alguma coisa, ele estaria ali para me ajudar. Na época, como eu tinha saído há pouco do hospital, resolvi investir em alguns produtos. E pouco tempo depois, este rapaz e eu iniciamos um relacionamento. Ele era evangélico e dizia que queria casar comigo, e eu acreditei. Um dia, ele me disse que tinha um terreno em Lumiar, que nós poderíamos montar uma pousada lá, e casaríamos e viveríamos do sustento da pousada. Então, me mudei para lá 6 meses depois. Desde então, ele começou fazer coisas que me desagradavam: era agressivo e me dizia que era por causa das contas que ficava nervoso. Eu reclamava que não estava satisfeita com as brigas, com as grosserias, dizia que daquele jeito eu não queria mais o relacionamento, mas, ele sempre chegava com uma “lembrancinha”, e eu perdoava! Só que a promessa de melhorar só durava 24 horas. Cheguei a sair de casa 2 vezes, mas acabava voltando.

Quando nos mudamos para Lumiar, pedi para que frequentássemos uma igreja. No princípio ele relutou, disse que não havia igreja boa em Lumiar; mas fomos em algumas e acabamos não ficando. Então, conheci o Paulo e a Ana Paula que nos convidaram para ir à Comunidade Ramá, mas ele nunca podia ir. A Ana Paula ia lá em casa, escondida, muitas vezes, para me ensinar a Palavra de Deus. Decidi me batizar no retiro de Carnaval e depois do meu batismo, fiquei totalmente impedida de ir à igreja. Só podia sair se fosse com ele. Mas Deus já estava providenciando minha libertação. Deus me deu em três dias o mesmo sonho. Eu arrumava as minhas coisas, só as que já possuía antes de irmos morar juntos e saía. Três vezes o mesmo sonho! E exatamente 3 dias depois, eu fiz o que Deus estava me mandando fazer. Tirei tudo o que era meu e da minha filha daquela casa.

Alguns dias depois, ele me ligou pedindo ajuda; acabei indo. E em meio a uma discussão, ele me puxou pelos cabelos, me jogou no chão; mas, consegui dar um único grito de socorro e Deus fez ecoar meu grito, e um vizinho, que morava a 300 metros de distância apareceu. Eu levantei, pedi ao vizinho que me ajudasse a sair dali; e saí para sempre.

Fiquei 3 anos sozinha, passei a frequentar a Comunidade Ramá e ajudar nos retiros. Eu amo ir à Santa Ceia, muitas vezes a distância é bem grande, mas eu vou com grande prazer, para ter comunhão com meus irmãos mais distantes e me lembrar do grande sacrifício que Jesus fez por mim.

Um dia o Eduardo veio me dizer que Deus disse que eu iria me casar com ele. Eu ri! Ele me respondeu que eu poderia rir, mas que ele tinha certeza de que Deus havia dito a ele. Deus foi amaciando meu coração, me dando sonhos, me tirando o medo de um novo relacionamento, me aperfeiçoando, e eu passei a amar o Eduardo. Ele esperou 9 meses até eu decidir aceitar o pedido para um compromisso. Namoramos 1 ano e em outubro fizemos 5 meses de casados. Uma nova história começou em nossas vidas, só que agora, está sendo escrita pelo Dedo de Deus.

                                                                                                                                                                            Irª. Juliana