TESTEMUNHO

 

Sou filho único, criado em uma família tradicional, conservadora e não cristã. Em casa sempre fomos: eu, meu pai Paulo Roberto e minha mãe, Teresa. Nunca tivemos muito contato com a família como um todo. Cresci em um lar estruturado, saudável e consideravelmente estável, no qual Cristo não era o Senhor, nem sequer citado na minha infância. Sempre foi um lar onde a bebida, o cigarro, as “amizades da vizinhança”, a música e reuniões de mantra (uma espécie de “reza” de origem oriental), entre outras coisas, ocupavam nossas mentes e tempo. Meu pai porém, sempre apático a qualquer tipo de “religião”. No entanto, minha mãe era sempre convidada por vizinhas e tia para cultos evangélicos e me levavam junto. Ela nunca se alicerçou em nenhuma dessas congregações das quais visitou. Mais tarde, fui convidado por um avô do meu melhor amigo de infância (Gabriel) para ir à missa. Desde então, comecei caminhar com meus próprios pés. Ia crescendo na fé, na unidade e na doutrina da igreja; cumprindo todos os sacramentos que poderia ter feito até ali e com uma vontade no coração de ser padre.

Por volta dos 18 anos fui conhecendo o mundo como ele realmente é, não daquela visão que eu tinha de filho único crescido em casa, com muitas regras a cumprir. A música foi a minha porta de entrada. Comecei a tocar violão e a música me despertou “alegria e liberdade”, mas continuava em ligação com a igreja, embora o mundo já tivesse tomado conta do meu coração. Ora cantava na igreja, ora cantava para o público; chegando até fazer parte de um grupo de samba e pagode e participando de rodas de samba e MPB, sempre rodeado por mulheres e bebidas à vontade.

Por fim, tudo isto não durou muito tempo. Toda essa euforia e “status” não foram suficientes pra me manter, visto que, já estava mal com a família, gerando decepções em casa, endividado, mal em todas as áreas. Deus com toda sua misericórdia e amor me amou quando ainda estava agindo segundo o curso deste mundo, sem rumo e O rejeitando. Cada saída, cada noitada ia perdendo o brilho cada vez mais e trazendo vazio atrás de vazio. Certa noite, encontrei um amigo de escola, ele fez o convite para ir na sua igreja, relutei um pouco por achar que fazia parte de outra “religião” ainda, mas fui. Na 3ª vez, em um “louvorzão” senti meu coração queimar e tive certeza que eu tinha alguém que cuidava e tinha um plano pra mim, enquanto eu andava longe e errante.

Desde então, tenho servido ao Senhor e aprendido a amar cada vez mais Sua Palavra e o seu projeto de Redenção! “O Senhor castigou-me muito, mas não me entregou a morte” (Sl.118:18).

 

Ir. Rodrigo de Paula

Ramá – Sta. Cruz da Serra